ARTUR R. LICKEY

(Pastor-Evangelista, Associação de Nebrasca)

MUITOS ministros estão pastoreando grandes distritos de três e quatro igrejas ou mais, com pouco ou nenhum auxílio da Associação, no sentido de coadjutores ou diretores de música, e com um programa cheio e consumidor de tempo. Há em seu coração a aspiração do evangelismo público, para atingir os perdidos e pregar de suas comunidades. Não obstante, ao pensarem nesse plano, muitas perguntas lhes surgem na mente. Como posso encontrar tempo? Como posso eu agir com tão reduzido orçamento para evangelismo? Que acontecerá às minhas igrejas se eu as abandonar para realizar reuniões?

Como Posso Achar Tempo?

Como ministros precisamos achar tempo! Apesar da premência do programa de trabalho, precisamos planejar uma série de reuniões evangélicas e não deixar que coisa alguma nos impeça de realizá-las. Se permitirmos que os programas de rotina da igreja, por bons que sejam, nos tolham de maneira tal que sintamos não poder libertar-nos para pregar aos perdidos de nossas comunidades, estaremos deixando de realizar a tarefa que nos foi ordenada por Deus para fazer.

Muitos são os homens em tôdas as posições da vida que fracassaram em sua profissão porque avaliaram e tornaram a avaliar os obstáculos que poderiam surgir no caminho de uma realização de determinada tarefa, até que êsses obstáculos os abateram de maneira tal que nada foi tentado nem aproveitado. Absolutamente nada deverá impedir os ministros de Deus de pregarem aos perdidos.

Como Poderei Cuidar das Minhas Igrejas?

O evangelismo público num distrito exige organização mais atilada do trabalho do distrito e maior utilização do talento dos líderes leigos. O esfôrço evangélico tomará a maior parte do tempo do pastor distrital, tanto à noite como de dia. Sejam os anciãos locais encarregados das reuniões de oração. Entregue-se aos anciãos e aos diáconos a responsabilidade da visita periódica aos membros da igreja, depois de primeiramente organizar a igreja em grupos e determinar um trabalho definido para cada líder. Nosso povo crê no evangelismo público e, ao saber que o seu pastor está fazendo tudo quanto pode para ganhar os perdidos, não se queixará se lhes puser sôbre os ombros maiores responsabilidades. Muitas vêzes um pastor se surpreenderá de como os problemas da igreja diminuem durante a execução dum plano de evangelismo. Algumas vêzes poderá ser o único meio de remediar uma situação muito séria da igreja.

Meu Orçamento é Pequeno Demais

Se o orçamento é pequeno, digamos de mil ou dois mil cruzeiros — ou talvez nem haja orçamento — que poderemos fazer? Assim como o nosso bom povo dá para muitos e variados projetos da organização, atenderá da maneira mais liberal ao pedido de dinheiro para ser usado no evangelismo local. Julho-Agôsto

Bom plano é comprometer cada membro a dar determinada importância — duzentos cruzeiros, cem, cinqüenta, etc. Num culto de sábado, deverá ser pregado um sermão espiritual sôbre a responsabilidade do povo de Deus para com as almas perdidas que os rodeiam, e então ser feito o apêlo de auxílio financeiro. Nosso povo apoiará com entusiasmo êsse plano.

Devemos fazer fortes mas cuidadosos pedidos de ofertas cada noite de reunião. Apontai à congregação as necessidades, sugeri ofertas silenciosas e de agradecimento e, de quando em quando, usem-se envelopes impressos. O oferecimento duma brochura para todo ofertante de determinada importância posta num envelope, com espaço reservado para nome e enderêço favorecerá o aumento das ofertas. As congregações atenderão aos pedidos de ofertas, caso as necessidades forem apresentadas com clareza, precisão e um sorriso. A falta de fundos nunca nos deverá impedir de pregar!

Anunciar um Pequeno Esfôrço

O anúncio em jornais, naturalmente, é necessário. Em cidades pequenas, um oitavo ou um quarto de página podem ser conseguidos por pouco preço. Um meio de reduzir as despesas consiste em sugerir ao jornal o plano de usar para a propaganda avulsa a mesma composição usada no jornal. Se isso fôr conseguido, economizar-se-á o custo duma composição.

Para a primeira reunião, eu gosto de enviar pelo correio um impresso, em formato de postal, a todos os endereços rurais, além da distribuição de porta em porta, nas residências urbanas, feita pelos membros da igreja. Gosto de publicar em dois ou três jornais, com intervalos de alguns dias, um anúncio do comêço das reuniões. Bom plano é levar ao jornal, com antecedência de algumas semanas, artigos de valor noticioso. Essas publicações grátis são excelente anúncio.

Depois de as reuniões haverem começado, e uma boa lista de nomes haver já sido formada, bom plano é enviar pelo correio, uma propaganda avulsa, cada semana, a êsses nomes.

Cartazes para vitrinas são prontamente aceitos nas cidades pequenas. Seu custo pode ser reduzido se houver nêles um espaço reservado para colar novos títulos e datas. Assim, poderão ser usados muitas vêzes.

Se fôr posssível conseguir um anúncio pelo rádio, êsse meio de propaganda é muito eficiente, também.

Obter Nomes e Endereços

O uso dum livro de visitantes é um meio excelente de conseguir nomes e endereços. Na entrada do salão será pôsto um livro de visitantes, com um pequeno cartaz em que se lerão palavras tais como as seguintes: “Um marcador de página grátis enviado a todo visitante que fornecer nome e enderêço”. O êxito do livro de registo de visitantes depende grandemente a pessoa dêle encarregada. A melhor encarregada que o ministro pode ter é a sua própria espôsa. Ao entrarem os visitantes, ela os cumprimentará amàvelmente e logo sugerirá que registem o nome e enderêço para receberem, pelo correio o presente, de que exibirá um exemplar. Certificai-vos de que o livro de visitantes disponha de lugar bem assinalado para os endereços.

Também uso o cartão de literatura grátis, pelo menos todos os domingos. Ao pedir eu ao povo que assine o cartão que lhes dará direito a receber, pelo correio, folhetos grátis, referentes ao assunto abordado na conferência, gosto de estender êsse convite a todos. Nossos próprios membros devem ser convidados a preencherem também os cartões de pedido de literatura, mas assinalarem-no com um X à margem, para que o evangelista saiba tratar-se dum adventista. A grande quantidade dos que aceitam o cartão anima os estranhos a seguir-lhes o exemplo.

Em séries pequenas de conferências, com esfôrço diligente podereis relacionar-vos com muitas das pessoas que não assinam o nome no livro de registo nem preenchem cartões. Ao cumprimentá-los, perguntai-lhes o nome. Êles não se recusarão.

Visitai, Visitai, Visitai

A visitação a essas pessoas é a fase mais impor-tante da série de reuniões — e nada mais deverá impedi-lo! Se um homem não visita constantemente os que lhe freqüentam as conferências, elas serão um fracasso. A menos que planejeis visitar, não deveis sequer iniciar as reuniões.

A fim de controlar o número de vêzes que as pessoas freqüentam as reuniões, o número de visitas que lhes forem feitas e os estudos dados, uso num classificador de três furos, fôlhas sôltas em que mimeografo num lado todos os assuntos que apresento. Em seguida à coluna dos assuntos disponho quatro colunas mais, encabeçadas: Data, E, C, e D. Na coluna da data, anoto a presença da pessoa à conferência respectiva. A coluna “E” destina-se à marcação dos estudos dados em casa como recapitulação das conferências apresentadas. A coluna “C”, usou-a eu quando percebo que o interessado creu a doutrina apresentada em estudo pessoal, e a “D”, quando faz decisão de seguir a doutrina. Há na fôlha suficiente espaço para acréscimo de assuntos não progamados na série. No verso da fôlha constam o nome, enderêço, idade, religião, profissão, etc. Há ali, também, espaço suficiente para informações adicionais colhidas durante as visitas. Também, muito importante, é a seção destinada ao registo e data de tôdas as visitas feitas em domicílio.

A visitação poderá começar na primeira ou segunda semanas da série de conferências. A explicação para a primeira visita será o interêsse de sabermos se a pessoa recebeu o que lhe foi enviado pelo correio (marca-página, folheto, etc). Não entrar na casa, nessa primeira visita. Na segunda visita, dever-se-á aceitar o oferecimento feito para entrar, e começar-se-á a fazer perguntas, instruir e orar.

Irmãos, precisamos visitar, visitar, visitar — noite e dia! Eu prego três noites por semana, utilizando as demais para visitar as pessoas que não podem ser encontradas em casa noutra hora do dia.

Em geral, as nossas séries de conferências em cidades pequenas demoram de dez a doze semanas.

Uma Classe Batismal?

Tenho programado séries de conferências com classe e sem ela, e verifiquei que é melhor recapitular a doutrina nas residências. Não costumo fixar dias para os estudos, mas aproveito as oportunidades das visitas e do conhecimento das necessidades pessoais em cada caso. Às pessoas que ouviram determinado assunto em conferência o mesmo pode ser recapitulado por meio de um estudo bíblico em sua própria casa. Os assuntos que não foram ouvidos em conferência deverão ser ensinados em casa. Nas cidades pequenas, muitas das pessoas interessadas residem em pontos distantes, o que lhes torna difícil reunirem-se em determinado lugar e hora para uma classe geral.

Sejamos pessoas que se utilizem do poder de Deus. Em todos os nossos planos de evangelismo, busquemos a guia de Deus. Tenhamos a certeza de que estamos pregando no lugar em que Deus quer que preguemos. Ao termos a certeza de que estamos onde Deus quer que estejamos, vem-nos um senso íntimo de confiança e certeza da vitória final. Se Deus fôr o dirigente, e prosseguirmos seguindo-O, como poderemos fracassar? Peçamos a Deus que nos abençoe a pregação, toque os corações famintos, guie-nos nas visitas que fazemos. Independentemente das dificuldades, lancemo-nos à pregação! Isso pode ser feito!

As Multidões das Metrópoles

À Sombra de Condenação Iminente

Milhões nas Cidades Têm que Logo Tomar a Decisão. — As trevas espirituais que cobrem a Terra tôda acham-se intensificadas nos lugares de população densa. É nas cidades das nações onde o evangelista encontra a maior impenitência e a necessidade mais premente. . .

Apavorante é o registo dos crimes e da iniqüidade, nas grandes cidades da Terra. A iniqüidade dos ímpios é quase incompreensível. A vista do Céu muitas cidades se estão tornando verdadeiras Sodomas. O aumento da iniqüidade é tal que multidões se aproximam rapidamente duma condição em que, em sua experiência pessoal, ficam de tal maneira que é muito difícil alcançá-las com o vivificante conhecimento da mensagem do terceiro anjo. O inimigo das almas está operando com maestria a fim de controlar a mente humana; e o que os servos de Deus fazem, no sentido de advertir e preparar os homens para o dia do juízo, deve ser feito com rapidez.

As condições com que se defrontam os obreiros cristãos, nas grandes cidades, constituem desafio solene para um incansável esfôrço em favor de milhões que vivem sob a sombra de condenação iminente. Os homens logo serão obrigados a tomar grandes decisões e devem ter a oportunidade de ouvir e compreender a verdade bíblica, a fim de que se decidam inteligentemente para o lado do bem. Deus está agora apelando aos Seus mensageiros, de modo positivo, para que advirtam as cidades, antes que o tempo da graça passe e enquanto multidões ainda se acham suscetíveis à transformadora influência das verdades da Bíblia. — Evangelism, págs. 25 e 26.