“Precisamos ser vigilantes; pois o inimigo utiliza muitas armas na tentativa de nos seduzir”
Certo dia, uma linda mulher passeava sozinha, como se estivesse em um “shopping”, observando as vitrines. Tão entretida estava que nem percebeu quando um desconhecido se aproximou e começou a conversar. Absorvida com tudo o que via, deixou-se levar pela conversa amigável.
Depois de ganhar a confiança dela, o estranho lhe ofereceu um produto supostamente maravilhoso, insistindo para que ela o experimentasse. Ela o aceitou e, desde então, o mundo sofre com a triste escolha de Eva, a mulher que aceitou experimentar o desconhecido.
À semelhança de Eva, às vezes também passeamos sozinhas pelo mundo. Nem sempre nosso esposo pode nos acompanhar em um passeio de domingo, uma visita a familiares ou viajar com a família num feriado. Muitas mulheres se queixam de estar sempre sozinhas. Se têm filhos pequenos, quase sempre vão à igreja acompanhadas apenas de crianças, pois não pode ir com o esposo, cada sábado, a uma igreja diferente.
Aquelas que trabalham fora ou estudam nem sempre têm oportunidade de apresentar o cônjuge aos colegas. Portanto, enfrentamos os mesmos perigos enfrentados por Eva.
O perigo
Como fiéis representantes de Deus, conhecemos os valores pelos quais devemos viver e agir. Não ignoramos os conselhos divinos, mas, como Eva, às vezes os questionamos esquecidas de que “tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito” (Rm 15:4).
O inimigo conhece nossos desejos e necessidades. No caso de Eva, ao contemplar a beleza da árvore da ciência do bem e do mal, tão atraente e aparentemente inofensiva, ela “ficou surpresa e admirada” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 35). O que lhe causou a ruína foi parar a fim de contemplar e conjecturar sobre a sugestão do inimigo. “Em vez de fugir do local, deteve-se, maravilhada, a ouvir uma serpente falar… não tinha ideia alguma de que a fascinadora serpente pudesse se tornar o intermediário do adversário decaído” (Ibid., p. 54).
Hoje, também existem “vitrines” sedutoras e perigosas que têm atraído nossa atenção. Aqui estão algumas delas:
Amizades. Não somos ilhas. Fomos feitas para relacionamentos. Precisamos dar e receber atenção, trocar ideias, ouvir e ser ouvidas. E, nessa ânsia de ter companhia, sentindo falta da presença constante do esposo, algumas se aventuram a buscá-la fora do lar e, às vezes, fora da igreja, apesar de todos os riscos envolvidos.
Outras costumam confidenciar sonhos, desejos, pensamentos e lutas pessoais a irmãs da igreja. Às vezes, queixam-se do esposo, minando o respeito e consideração que a congregação deve ter pelo pastor. É preciso ter cuidado; pois a pessoa considerada “melhor amiga” pode trair a confiança, comprometendo assim o caráter e a reputação da família pastoral.
Trabalho. Nada existe de errado no fato de uma esposa de pastor procurar trabalho, dentro de sua especialização, mesmo fora da igreja, quando esta não pode empregá-la em alguma atividade. Porém, deve cuidar para que isso não envolva o esposo “em negócios desta vida” (2Tm 2:4), prejudicando o trabalho pastoral.
Estudo. É também inegável que devemos crescer e ampliar os horizontes. Mas, é visível a mudança operada em algumas irmãs, quando ingressam no meio acadêmico. Paradigmas são mudados, princípios aparentemente são esquecidos, e elas perdem a oportunidade de ser o “sal da Terra” e a “luz do mundo”. Além disso, também adotam o estilo de vestimenta, palavreado, costumes e padrões de comportamento estranhos. Tem havido casos em que o pastor precisa abandonar a vocação, para se adaptar ao novo estilo de vida da esposa.
Internet. Nunca é demais insistir nos perigos do mundo virtual. Muitas vivem longe de familiares, amigos, do ambiente em que foram criadas. Portanto, é natural querer saber como estão aqueles a quem amam. Entretanto, correm sério risco, ao se exporem demasiadamente, colocando em lugares pouco recomendáveis fotos pessoais, com imagem descontraída. Devemos nos lembrar de que, dessa forma, damos aos outros a visão de quem somos ou de quem gostaríamos de ser.
As consequências
Quais são os resultados da contemplação dessas vitrines? Note a descrição que Ellen White faz sobre a experiência de Eva: “Havendo ela transgredido, tornou-se o agente de Satanás para efetuar a ruína de seu esposo. Em um estado de exaltação estranha e fora do natural… insistiu com ele para comer, repetindo as palavras da serpente… Ela raciocinava que isso deveria ser verdade, pois que não sentia evidência alguma do desagrado de Deus, mas ao contrário experimentava uma influência deliciosa, alegre, a fazer fremir toda a faculdade de uma nova vida, influência tal, imaginava ela, como a que inspirava os mensageiros celestiais” (Ibid., p. 556).
Ao aceitar ser esposa de pastor, você aceitou o chamado de Deus para estar ao lado de seu esposo, ser uma bênção para ele, os filhos, a igreja, a comunidade e para você mesma. Não se contente com menos do que isso. Fuja dos desejos de Eva!