Marcos Blanco
Certamente você conhece o ditado: “Sorrir é o melhor remédio”. No entanto, já parou para pensar quais benefícios reais isso traz para a saúde? Sorrir tem grande impacto na saúde física e mental. Talvez seja o medicamento mais barato disponível, além do ar fresco, da luz solar e do exercício físico. O sábio Salomão escreveu: “A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos” (Pv 17:22, NTLH).
Lee S. Berk, reitor associado de Pesquisa da Escola de Saúde da Universidade de Loma Linda, leva a sério o riso. O doutor Berk estuda o efeito do riso no corpo desde 1988. Ele tem sido convidado pelos principais meios de comunicação como as revistas Time, USA Today e Forbes, e também pelo canal NBC, para falar a respeito de suas pesquisas. Ele motiva as pessoas a sorrir. O riso pode fazer você se sentir bem no presente, promover melhor saúde no futuro e combater os malefícios do passado.
Recentemente, em uma entrevista ao Loma Linda University Health News, o doutor Berk detalhou os benefícios que o riso traz para a saúde mental: “O riso promove a produção de importantes agentes neuroquímicos como a dopamina, que produzem benefícios calmantes e controlam a ansiedade, além de proporcionar prazer e satisfação. Ele também aumenta a frequência das ondas gama de EEG no cérebro, que sincroniza os neurônios para melhorar a memória e o processamento cognitivo. O riso tem benefícios semelhantes ao exercício moderado.
“A frequência gama é a frequência mais alta e é responsável pelo processamento de informações, melhorando a memória e reduzindo o estresse.
“Além de atuar como uma classe de antidepressivos no cérebro, o riso pode provocar uma onda de hormônios que nos fazem sentir efeitos positivos semelhantes aos de um narcótico, mas ao contrário dos medicamentos opioides, as endorfinas do riso não são viciantes nem prejudiciais à saúde.”
Como pastores, também precisamos sorrir. Nesse contexto, não devemos cair no estereótipo do pastor sempre sério e severo, que tenta transmitir sua espiritualidade através de um rosto circunspecto e seco, desprovido de simpatia e de alegria. Por outro lado, não devemos manifestar uma personalidade frívola, em que o sorriso é somente de fachada, nem promover o riso alheio por meio de piadas indecentes. Embora o humor tenha seu lugar no púlpito, devemos evitar exagerar na tentativa de agradar a congregação. Entre esses dois extremos, encontra-se a verdadeira alegria bíblica, que também se manifesta por meio de um sorriso sincero que alegra o próprio coração e o dos outros.
Em sua primeira epístola aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo recomendou: “Alegrem-se sempre”
(1Ts 5:16, NVI). Também poderíamos traduzi-lo como “sorria sempre”. Mas ele liga essa atitude de alegria com outra atitude: “Deem graças em todas as circunstâncias” (v. 18). De fato, uma atitude de gratidão (primeiramente a Deus, mas também em relação à vida, à igreja, à obra e a todos os que nos rodeiam) é a chave para a verdadeira alegria que se manifesta através do sorriso sincero.
No livro The Benefits of Belief (Pacific Press, 2013), o doutor Julián Melgosa destaca as inúmeras vantagens da alegria para a saúde mental. Ele dedica um capítulo inteiro a esse assunto. Mas é em sua “epístola da alegria” que o apóstolo Paulo nos dá a chave para essa atitude e sentimento: “Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês. Em todas as minhas orações em favor de vocês, sempre oro com alegria por causa da cooperação que vocês têm dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora” (Fp 1:3-5 , NVI). Cultivemos um espírito de gratidão e manifestemos nossa alegria por meio do sorriso. Talvez esse seja o remédio que está nos faltando.
Marcos Blanco, doutor em Teologia, é editor da revista Ministério, edição em espanhol