Qual a maior necessidade de um pastor, no cumprimento do seu ministério? Depois da comunhão com Jesus Cristo, eu penso que é o senso comum.
A própria expressão “senso comum” é um paradoxo, desde que é um traço comum que se possui. Da mesma forma, não pode ser facilmente definida porque, como a água que escorre por nossas mãos, é mais difícil segurar do que observar. Ela é melhor descrita pela palavra grega phronesis, que significa sabedoria prática. Aristóteles considerou a phronesis como a mais importante de todas as virtudes.
Senso comum na atividade pastoral sugere que a sabedoria prática supera os conceitos teóricos; que o conhecimento intelectual é mais efetivo quando aplicado à experiência diária. Significa examinar completamente qualquer idéia, a partir de seu uso prático no dia-a-dia. Saber teoricamente como se faz para movimentar um automóvel é uma coisa. Senso comum é colocá-lo na estrada e ver o seu desempenho.
Pessoas que não possuem senso comum usualmente colocam aquelas que o possuem num pedestal tão elevado como se fossem superdotadas. Eu discordo. Embora existam pastores que constroem sua própria frustração, por não utilizarem o senso comum, creio que isso é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida. Estou convencido de que certos métodos podem ser usados para a aquisição de uma qualidade prática de sabedoria, se um indivíduo estiver disposto a pagar o preço desse conhecimento. Qual é esse custo?
Atitude é mais importante que aptidão. Colocar-se na posição de um pesquisador é mais importante do que considerar-se a fonte do conhecimento. Se você acredita que tem todas as respostas, raramente fará importantes questões. Se crê que sua opinião é mais valiosa que a de outros, raramente vai dar ouvidos à sabedoria que pede entrada em sua mente estreita.
O que você aprendeu ontem é mais importante do que o que faz hoje. Experiência é um longo aprendizado. Primeiro, ela dá o teste; depois, a lição. Senso comum pode ser aprendido das falhas e acertos de sua experiência passada. Capitalize esse conhecimento agora. Cresça a partir dos desafios já enfrentados.
Tentar algo diferente pode ser o caminho certo, apesar dos riscos. Recentemente, li esta definição de insanidade: “Fazer sempre a mesma coisa, e esperar resultados diferentes.” A repetição por medo de cometer erros destrói a possibilidade de progresso. Toda mudança custa alguma coisa. Alguns membros resistem a qualquer inovação, por mera prudência. Se é necessário mudar, estabeleça um alvo e convide seus membros para acompanhá-lo. Considere o passado da sua congregação e o que ela é no presente. Conquiste o apoio dos líderes.
Ofereça alternativas em lugar de decisões. Senso comum no pastorado significa buscar consenso em qualquer assunto que não envolva questões morais. Aliás, essas questões são me-nos numerosas do que imaginamos. Você estará ileso se confiná-las aos Dez Mandamentos. Problemas como a cor do carpete, ou quais hinos serão cantados no Jardim da Infância são tratados, às vezes, com tal magnitude que causam divisão e controvérsia. Sugira alternativas à comissão para que seus membros decidam. Então esteja disposto a conviver com sua escolha.
Tentar fazer algo é mais importante do que fazê-lo com perfeição. Fico maravilhado ao verificar como o Espírito Santo usa a atmosfera de evangelismo numa congregação, para resolver outros problemas. Se você espera até sentir-se um grande evangelista, certamente jamais crescerá. No entanto, se usa seus talentos para proclamar o evangelho em uma apresentação pública, verá derramadas muitas bênçãos celestiais sobre seus esforços e sobre a congregação inteira.
— James A. Cress.