Algumas interpretações científicas estão em desacordo com o relato da Criação no livro de Gênesis. As principais serão consideradas ligeiramente neste artigo. Para uns as respostas serão satisfatórias, para outros não. As objeções são apresentadas e respondidas com franqueza e imparcialidade pelos componentes do Geoscience Research lnstitute, Loma Linda, Califórnia. Os leitores devem estar inteirados, porém, de que as evidências científicas da Criação não podem ser avaliadas adequadamente só com base em objeções.
1. O Relato do Gênesis e a Evolução, na Realidade, Estão de Acordo
Numa tentativa de harmonizar a Bíblia com os conceitos das origens popularmente defendidos como científicos, com frequência é asseverado que o primeiro capítulo de Gênesis está basicamente de acordo com o conceito moderno do desenvolvimento evolucionário da vida incipiente ao homem. Essas tentativas de harmonização podem ser classificadas como Evolução Teísta e Criação Progressiva.
A Criação Progressiva procura evitar a dificuldade do tempo propondo seis longos períodos (de milhões de anos) de relativa estase, entremeados com a direta intervenção divina em seis dias literais de “vinte e quatro horas”. A Evolução Teísta encara o texto de Gênesis como uma metáfora que só tem significação, sob o aspecto do tempo, no sentido de descrever seis épocas sucessivas de gradual desenvolvimento evolucionário.
Tanto a Criação Progressiva como a gradual Evolução Teísta têm dificuldade com a sequência dos acontecimentos mencionados por Moisés. O sistema evolucionista convencional, baseado em coerções teóricas e na sequência dos fósseis, acha que a vida começou no mar, com gradual diferenciação dos reinos vegetal e animal. A moderna vegetação terrestre só apareceu após amplo desenvolvimento da vida marítima. De acordo com o Gênesis, a vida começou na Terra quando a vegetação plenamente desenvolvida, de todos os tipos, aparecera dois dias antes que os animais povoassem o oceano. No relato do Gênesis, as aves e os peixes apareceram simultaneamente, ao passo que no atual sistema evolucionista as aves só se desenvolveram cerca de quatrocentos milhões de anos depois que já existiam complexos animais marinhos.
Portanto, pode-se asseverar categoricamente que os modelos da Criação Progressiva e da Evolução Teísta para o desenvolvimento da vida são irreconciliáveis com a leitura direta e gramático-histórica do relato bíblico da Criação.
2. O Problema da Datação Radiométrica
Um dos mais fortes desafios à interpretação direta e gramático-histórica dos onze primeiros capítulos do livro de Gênesis é lançado pela datação radiométrica. A literatura criacionista é muito deficiente em suas tentativas para enfrentar esse desafio.
Muitos indivíduos esperam que as evidências científicas apoiem a Bíblia independentemente, visto que tanto os fenômenos naturais como o testemunho inspirado constituem revelações de Deus, o qual é veraz e coerente. Que não é necessariamente assim, torna-se evidente pela reflexão de que no primeiro dia completo de sua existência, nenhuma evidência científica poderia, independentemente, ter levado Adão e Eva à conclusão de que o mundo tinha somente seis dias de idade. Eles estavam rodeados por plantas, animais e paisagens completamente desenvolvidos. A verdade a respeito da idade do mundo em que viviam só podia ser obtida pelo testemunho de observadores fidedignos.
Não há nenhuma interpretação lógica dos dados radiométricos que conduza indutivamente à conclusão de que nosso mundo tenha hoje menos de dez mil anos de idade. Tal conclusão precisa basear-se na confiança no testemunho de observadores, e é um ponto de vista religioso. Tendo aceito esse ponto de vista com base num conjunto mais amplo de evidências (o testemunho de observadores fidedignos, segundo é relatado nas Escrituras), pode-se, então, reavaliar os dados radiométricos em busca de uma interpretação que se harmonize com todas as evidências.
As evidências científicas indicam uma taxa zero, ou relativamente insignificante, de carbono radioativo nos restos de organismos que foram sepultados pela catástrofe de Gênesis 6 a 8. As informações bíblicas colocam esse acontecimento há uns cinco mil anos atrás. As duas fontes de evidências podem ser harmonizadas pela suposição de que depois do Dilúvio houve um período de transição durante o qual a concentração do carbono radioativo aumentou de um nível relativamente desprezível para o nível que se tem mantido durante os últimos 3.500 anos.
As idades radiométricas inorgânicas podem ser encaradas como característicos minerais resultantes de coeficientes de isótopos estabelecidos numa criação primitiva, regular transmutação radioativa desde a criação primitiva e consequências de exposição ao calor, à água e à radição; mas não necessariamente como datando o tempo de associação com restos inorgânicos, assim como as idades radiométricas para os minerais num cemitério moderno também não servem para datar os sepultamentos efetuados ah.
3. A Evolução do Cavalo
O cavalo, talvez mais do que qualquer outro exemplo, tem sido usado para ilustrar a evolução. A série de cavalos, de pequenos a grandes, com vários dedos a um só, segundo as ilustrações que aparecem em livros e museus, tem sido impressionante. No entanto, até mesmo essa primorosa exibição não tem resistido ao exame minucioso.
O primeiro cavalo da série (Eohippus) chamava-se primeiro Hyracotherium e era colocado na família Hyrax. Essa classificação ainda é válida. O hirace, um animal do tamanho de um gato, vive no Oriente Próximo e no Norte da África, e é um tanto generalizado, assemelhando-se à marmota, a leitões, a coelhos, a cobaias, etc., conforme as partes que forem comparadas. Quando estava sendo montada a série evolucionária do cavalo, o Hyracotherium passou a chamar-se Eohippus e foi colocado no começo da série. Por mais de cinquenta anos essa sequência evolucionária tem aparecido, com poucas modificações, em compêndios e em exposições de museus. Que isso constituía uma simplificação exagerada e incorreta ficou claro logo depois que se delineou essa sequência. Note esta declaração escrita há vinte e quatro anos por um conhecido cientista e escritor: “Houve um tempo em que os fósseis existentes, dos cavalos, pareciam indicar uma evolução, em linha reta, do pequeno para o grande, de algo parecido com um cão a algo parecido com um cavalo, de animais com simples dentes trituradores para animais com as complicadas cúspides do cavalo moderno. Parecia ser algo tão notório como os elos de uma corrente. Mas não por muito tempo. À medida que foram descobertos mais fósseis, a corrente se alargou na rede filogenética usual, e ficou bem evidente que a evolução não se dera absolutamente em linha reta, mas que (para considerar apenas o tamanho) os cavalos, com o passar do tempo, ora desenvolviam uma estatura mais elevada, ora um porte mais pequeno. Infelizmente, antes que a situação ficasse completamente clara, uma exposição de cavalos como exemplo de ortogênese fora montada no Museu Americano de História Natural, fotografada, e muito reproduzida em compêndios elementares (onde ainda está sendo reimpressa hoje em dia).” — Garrett Hardin, Nature and Man’s Fate, 1961. Mentor, Nova Iorque, págs. 225 e 226.
O Eohippus não devia ter sido incluído numa sucessão de cavalos. Os outros cavalos, mesmo que representassem uma válida série evolucionária em linha reta, não ilustram a evolução propriamente dita. Eles não surgiram de animais que não eram cavalos, nem se desenvolveram em animais que não pertenciam a essa espécie básica. Os criacionistas aceitam mutações dentro das espécies básicas de animais. Insistem em afirmar que modificações que transpõem famílias e categorias de classificação mais elevada não são confirmadas pelas evidências tanto de organismos antigos como modernos. A série de cavalos que parecia suprir a prova de importante modificação evolucionária pode ser considerada, agora, apenas outro exemplo de microevolução.
4. A Evolução do Homem
Tem-se declarado muita coisa sobre a evolução do homem. Foram escritos muitos livros sobre este assunto. É difícil tratar sucintamente desta questão.
Há somente dois tipos bem conhecidos e autenticados do homem antigo: o Neanderthal e o CroMagnon. Em anos mais recentes, o quadro do homem de Neanderthal tem-se modificado em virtude de evidências de que o esqueleto original que serviu de modelo fora deformado por artrite e raquitismo! O homem de Neanderthal foi incorretamente descrito, por muitos anos, como um ser humano abrutalhado e animalesco. Escavações no Iraque (Caverna Shanidar) revelaram que membros pouco favorecidos da sociedade Neanderthal atingiram uma idade avançada. O homem de Neanderthal tinha uma capacidade craniana igual à do homem moderno. O homem de Cro-Magnon era fisicamente superior ao homem moderno e também não serve de elo de ligação entre o macaco e o homem.
Os interessantes restos fossilizados descobertos na África estão cercados de muita controvérsia. Alguns paleantropologistas (os que estudam o homem primitivo) crêem que eles são restos fósseis de seres pré-humanos, ao passo que outros dizem que constituem meramente os restos mortais de macacos. Alguns pensam que essas criaturas andavam eretas como pequenos homens, ao passo que outros acham que elas se penduravam nas árvores. Acalorados debates a respeito da interpretação das diversas descobertas tornam difícil a avaliação imparcial. Os antropologistas pensam amiúde que suas próprias descobertas são o elo que faltava, ao mesmo tempo que negam a importância do que seus colegas têm descoberto. Até que sejam encontrados outros espécimes e haja mais informações, é difícil chegar a uma conclusão segura.
O desenvolvimento do homem, de antepassados semelhantes ao macaco, tem sido retratado de vez em quando como uma árvore evolucionária cheia de ramificações. Tais esquemas de desenvolvimento sofrem, porém, constantes alterações. Recentemente, o suposto desenvolvimento do homem a partir de antepassados semelhantes ao macaco passou por uma completa revisão, devido à descoberta de uma caveira, designada pelo número 1470. Há sobejas razões para crer que tais revisões não terminaram. Em nenhum outro setor da ciência tem havido tanta controvérsia e preconceito. As evidências da evolução do homem, a partir do macaco, são insuficientes, a despeito da aparência dada pela cobertura superficial da literatura popular.
5. As Florestas Petrificadas de Yellowstone
Dizem que levou muitos milhares de anos para o sucessivo crescimento e sepultamento, por deslizes vulcânicos, das florestas petrificadas de Yellowstone, que consistem de diversos níveis consecutivos. As pesquisas efetuadas durante os últimos quinze verões revelam numerosos aspectos que são claramente diferentes de uma floresta de crescimento normal e de seu solo coberto de humo. Se essas árvores não cresceram na localidade em que se encontram atualmente, devem ter sido transportadas para lá de outras partes.
A erupção do monte Santa Helena, em 1980, arrancou muitas árvores e depositou-as nas encostas, nos vales do rio e em massas flutuantes no Lago do Espírito, à base da montanha. Esse monte provê um exemplo moderno do que pode ter acontecido no passado para produzir as florestas petrificadas de Yellowstone. Muitas das árvores arrancadas acabaram ficando em posição vertical, como em Yellowstone.
6. Recifes de Coral e o Tempo
Os recifes de coral constituem as maiores estruturas sobre a Terra que são construídas principalmente por organismos. Devido ao vagaroso índice de crescimento atual desses recifes, declara-se frequentemente que eles não podem ter-se formado nos poucos milhares de anos desde a Criação mencionada na Bíblia. Levaria mais de cem mil anos para formar os nossos maiores recifes, segundo algumas estimativas aceitas em geral.
Por outro lado, há medições que denotam índices de crescimento muito mais rápido desses recifes. Alguns fatores que podem ter contribuído para o crescimento mais rápido dos recifes, no passado, são os seguintes:
1) menor inibição da luz ultravioleta nas profundezas; 2) retenção de sedimentos pelos recifes; 3) aumento de temperatura; e 4) fatores nutritivos mais favoráveis.
7. A Erosão do Grand Canyon
Com frequência são sugeridos muitos milhões de anos para a formação do Grand Canyon do Rio Colorado, no Arizona. Este enorme abismo realmente é impressionante. Como será que surgiu? Não há um modelo que seja aceito comumente, devido às peculiaridades envolvidas. A menor delas não é o fato de que o rio atravessou a cúpula do Grand Canyon, em vez de rodeá-la, como faria todo rio “inteligente”!
Poderia o Grand Canyon ter sido aberto rapidamente por um acontecimento catastrófico? Algumas evidências, como a de que os enormes blocos da formação Redwall deslizaram pelo Canyon, denotam isso. Os índios Navajos, Hualapai e Havasupai, dessa região, ainda acreditam que o rio é o escoamento de uma grande inundação que uma vez cobriu a Terra.
8. A Sequência dos Fósseis Depõe Contra a Criação_
Muitos paleontólogos acham que a sequência dos fósseis encontrados nas camadas da Terra constitui a mais forte evidência disponível para a evolução. Isto porque os organismos classificados como mais simples se encontram nas partes mais baixas do registro fóssil. Por exemplo, do fundo para o alto, o primeiro aparecimento da maioria das principais classes de vertebrados — peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos — está na geral sequência evolucionista. Por outro lado, os invertebrados, que constituem cerca de 95% das espécies de animais fósseis, não apresentam significativa sequência evolucionária.
A geral sequência evolucionária dos fósseis vertebrados só pode ser válida se forem atribuídas grandes quantidades de tempo para sua formação. Os criacionistas têm outras explicações. A teoria da distribuição por zonas ecológicas afirma que os organismos que viviam nos níveis mais baixos foram os primeiros a ser sepultados pelo Dilúvio, ao passo que aqueles que viviam em pontos mais altos foram destruídos mais tarde, à medida que as águas foram atingindo gradualmente níveis mais elevados. Esta teoria insinua que a distribuição vertical da ecologia antediluviana era semelhante ao registro fóssil, estando os invertebrados e peixes nos níveis mais baixos, seguidos pelos anfíbios, répteis e mamíferos, produzindo assim uma sequência usada comumente para apoiar a teoria evolucionista. Esta ordem é um tanto compatível com a ecologia atual, mas difere em muitos pormenores.
Outros fatores usados para explicar a sequência dos fósseis abrangem a escolha gravitacional (os organismos mais densos afundaram mais depressa durante o Dilúvio), a locomoção (os organismos mais dotados de motilidade fugiram para os níveis mais altos durante o Dilúvio), e característicos de flutuação dos organismos mortos. Indubitavelmente, esses fatores seriam significativos de modo limitado durante o Dilúvio, mas é muito duvidoso que um só fator possa explicar a sequência completa dos fósseis. Provavelmente houve uma combinação da distribuição ecológica original, da seleção gravitacional, e das qualidades de locomoção e flutuação.
9. O Problema Australiano
Dentre as questões apresentadas aos criacionistas, uma das mais frequentes tem que ver com o fato de que os marsupiais (animais providos de bolsa, como o canguru, o canguru pequeno e o vombate) se encontram quase que exclusivamente na Austrália. Há umas doze famílias de marsupiais australianos, cujo tamanho varia dos cangurus de l,80m de altura aos camundongos marsupiais que medem apenas uma polegada de comprimento. No entanto, a Austrália não tem formas nativas de animais terrestres comparáveis aos grandes animais herbívoros, carnívoros ou roedores encontrados nos outros continentes. Com efeito, com uma exceção, não há outras famílias de animais encontrados nos outros continentes que sejam nativas da Austrália. A única exceção é um grupo aborígene de mamíferos placentários relacionados com os ratos e camundongos do Velho Mundo. Estes se encontravam na Austrália muito antes que os homens introduziram os coelhos, o dingo e, naturalmente, os animais domésticos.
Quando examinamos os marsúpiais da Austrália, ficamos impressionados com as semelhanças estruturais entre eles e os mamíferos placentários que ocupam habitais similares em outras partes do mundo. A Austrália tem marsupiais carnívoros, toupeiras marsupiais e outras formas que ocupam nichos ecológicos semelhantes aos de seus equivalentes placentários.
O criacionista precisa perguntar: Se todos esses marsupiais saíram da arca e emigraram para a Austrália, como as pequenas formas semelhantes aos camundongos conseguiram chegar à Austrália antes dos grandes placentários que agora habitam em regiões contíguas, na Península Malaia — como, por exemplo, veados, elefantes, gatos grandes e diversos primatas? Presentemente, não há nenhuma explicação criacionista convincente para a atual distribuição dos marsupiais. Olhando apenas para este problema, talvez tivéssemos de admitir que o sistema evolucionista é mais bem-sucedido. Por outro lado, o registro fóssil dos marsupiais não confirma a origem evolucionista. Se considerarmos o quadro total, o conceito criacionista ainda leva vantagem.
10. A Macroevolução Prova a Microevolução?
De capital importância para a teoria da evolução é o conceito de que uma espécie, depois de bastante tempo, pode originar outras espécies. Ao propor esta ideia, Darwin supôs que o ambiente era o agente que, com o tempo, selecionava os mais aptos. Os que sobreviviam passavam os seus genes à geração seguinte, e gradualmente apareciam novas estruturas, padrões de conduta, etc.
Darwin estava certo ao afirmar que é possível que uma espécie se desenvolva nalguma coisa diferente. No entanto, será que ele estava certo ao inferir que esse processo podia prosseguir indefinidamente, de modo que a partir de um organismo unicelular pudesse produzir-se finalmente uma forma tão complexa como o homem?
Conquanto a maioria dos criacionistas talvez digam que algumas modificações são possíveis, eles também afirmarão que há limites para essas modificações. Neste ponto os criacionistas se encontram numa base mais firme no conflito com a evolução. O registro fóssil é claramente incompatível com o conceito gradualista sobre a formação das espécies. Há realmente grandes lacunas entre os principais grupos de organismos.
Os defensores da Evolução alegavam até há bem pouco tempo que as formas intermediárias se perderam. Recentemente, os proponentes do equilíbrio pontuacional admitiram a realidade das lacunas, mas alegaram que elas representam períodos de rapidíssima formação de espécies, nos quais apareceram novas estruturas num instante de tempo evolucionário, deixando poucos ou mesmo nenhum vestígio.
Não há evidências de evolução entre os principais grupos.
11. O Arqueoptérix é um Elo Ausente?
Dissemos acima que não há formas de transição entre duas espécimes básicas. Uma possível exceção a esta regra geral é o arqueoptérix — uma criatura que partilha dos característicos de dois grandes grupos de animais: as aves e os répteis. Na realidade, até que fosse conhecida a verdadeira natureza desse organismo, diversos fósseis pertencentes a esse grupo foram classificados como pequenos dinossauros.
De acordo com o pensamento evolucionista, as aves evoluíram de antepassados que eram répteis. O arqueoptérix se assemelha aos lagartos pelo fato de ter dentes inseridos em alvéolos, menos fusão das vértebras, uma longa cauda óssea da qual surgem penas (nas aves as penas da cauda surgem de um só osso), três ossos de asas homólogos aos dedos nos lagartos, um pequeno esterno e ausência de sacos aéreos nos ossos. Por outro lado, o arqueoptérix tinha penas como as das aves modernas, grande caixa craniana, esqueleto especializado para voar e asas bem desenvolvidas. Parece ter sido, portanto, uma genuína forma intermediária. Mas também pode representar um grupo de organismos extintos que partilham certos característicos de ambos os grupos.
O arqueoptérix não é o único a ter característicos de dois grupos. Os monotremados (o ornitorrinco e a équidna) talvez nos ajudem a compreender melhor o arqueoptérix. Os monotremados põem e chocam ovos, mas então amamentam os filhotes. Estruturalmente, alguns de seus ossos até se assemelham aos dos lagartos. Os criacionistas consideram os monotremados como uma espécie criada. Se é possível fazer esta suposição, não deve ser difícil admitir que o arqueoptérix também pode ter sido um grupo criado que agora se acha extinto.
12. Evaporitas
Evaporita é um sedimento depositado por uma solução aquosa, como resultado de extensa ou total evaporação da água.
Um depósito evaporita de anidrita (sulfato de cálcio) encontrado na “Bacia Delaware”, do período permiano, tem 762 metros de espessura. Uma teoria simplista postulou que esse depósito representa o sal numa coluna de água do mar de 1.544 quilômetros de profundidade. Para produzir tal depósito só pela evaporação requereria quase um milhão de anos de constante evaporação, a um índice de dois metros de água por ano. Os fósseis encontrados no depósito de evaporita complicam o problema do tempo para os que crêem numa breve cronologia para a vida na Terra.
A resposta para esse dilema precisa ser encontrada em outros tipos de depósitos que não tenham ocorrido por evaporação. Há alguns exemplos dessa natureza. É preciso reconhecer, porém, que o problema das evapo-ritas é tão complicado que toda solução proposta envolve muitos fatores e talvez não seja tão satisfatória como desejaríamos que fosse.
13. Índices de Esfriamento do Basalto
Um lagarto está deitado sobre uma pedra numa noite fria no deserto. Por quê? Porque a pedra desprende lentamente o calor absorvido durante o dia. Imagine por quanto tempo essa mesma pedra irradiaria calor imediatamente após a solidificação depois de ter sido derretida! Ela acumularia uma grande quantidade de energia calorífica, e o lagarto teria de expor-se ao frio por muito tempo, antes que a pedra esfriasse o suficiente para ficar com uma temperatura confortável.
Imagine agora que em vez de uma pequena pedra no deserto estivéssemos interessados numa rocha do tamanho da Half Dome, no Yosemite National Park, e na quantidade de tempo necessária para que essa rocha esfriasse depois de ter sido derretida. Os números quase se tornam demasiado grandes para serem compreendidos, e, no entanto, nem começamos a considerar o resto do Yosemite Valley, sem falar em outras formações de granito e basalto ao redor do mundo!
Tem-se conjeturado que seriam necessárias dezenas de milhares de anos para se esfriarem os principais batólitos, se fosse usado apenas o modelo de convecção para perda de calor. A preocupação é maior ainda quando procuramos calcular o tempo necessário para a solidificação e o esfriamento de extensas cordilheiras de montanhas, como a Serra Nevada, na Califórnia.
Quando enfrentamos questões de tempo como as que são suscitadas pelas evaporitas e pelos índices de esfriamento, temos de admitir que não dispomos de todos os dados, nem podemos compreender completamente esses pontos. Em tais situações, é melhor abster-se de fazer pronunciamentos sobre as conclusões que estão sendo tiradas atualmente.
14. Com que Autoridade?
Quando será proferida uma série de preleções sobre um assunto importante, por um indivíduo desconhecido, uma das primeiras perguntas que fazemos a nós mesmos é a seguinte: Esse indivíduo fala de uma posição autorizada, ou é um indivíduo estabanado? Consciente ou inconscientemente, estamos constantemente fazendo avaliações de indivíduos que expressam um conceito ou dão informações. Isto é especialmente verdade a respeito de assuntos polêmicos.
O assunto das origens suscita alguns dos mais fortes desafios da autoridade. Os evolucionistas apresentam demonstráveis evidências científicas e a interpretação dessas evidências. Os criacionistas apresentam as asserções da Bíblia acrescidas das evidências científicas de planejamento.
Toda tentativa de usar a ciência para determinar a origem da vida deve, por definição, pressupor a Criação, porque a ciência opera de acordo com os dados da experiência. A Criação não pode ser o objeto da expe-riência porque é a condição prévia da experiência!
A Criação está além dos limites da experiência humana, colocando-se no ponto de contato entre a fé do homem e Deus. Toda pesquisa das origens tem de ser, portanto, uma pesquisa da natureza e do caráter de Deus. Visto que as Escrituras constituem a única fonte autorizada e segura sobre Deus, o relato bíblico, elaborado pela experimentação e observação, apresenta o conceito mais autorizado sobre as origens.