Lembro-me como se fosse hoje. Foi em uma pequena congregação com poucas pessoas, em um culto de domingo à noite, que preguei pela primeira vez. Eu era um menino tímido de 11 anos que tinha vontade de compartilhar minha fé em Jesus. Estava decidido, mas ansioso e um pouco assustado. No meio daquele choque de emoções, senti que havia chegado um momento especial em minha vida. O tema da mensagem não poderia ser outro, senão a bendita esperança da segunda vinda. Meu coração não conseguia conter a alegria e o desejo de ver Cristo voltar logo como rei vitorioso. Da primeira vez, senti um fogo a arder dentro de mim. Conectar-me com essa história me ajuda a lembrar que a pregação primeiramente nos transforma, antes de transformar os ouvintes.
A pregação não é apenas uma arte, mas também dever e privilégio dos ministros do Senhor. Paulo escreveu a Timóteo: “Diante de Deus e de Cristo Jesus […] peço a você com insistência que pregue a Palavra” (2Tm 4:1, 2). Essa poderosa conjuração contém vários elementos importantes relacionados à pregação.
Mandato divino. Para quem foi chamado e consagrado para o ministério pregar é um mandato absoluto. Paulo afirmou a Timóteo que pregar não era uma opção, mas uma ordem divina que devia estar no centro de seu ministério.
Ato solene. Na pregação, Deus fala por intermédio de instrumentos humanos. Trata-se da mensagem do Senhor na linguagem das criaturas que necessitam desesperadamente do Pão da vida, a fim de serem saciadas. Isso é grandioso e sério ao mesmo tempo.
Senso de urgência. Não há tempo a perder! O fim de todas as coisas se aproxima e Cristo virá com poder e glória. Nossa pregação ocorre em um claro contexto escatológico. Devemos fazer todo o possível, porque o relógio do tempo humano está prestes a parar para sempre. Esse sentido distingue e dá relevância à pregação adventista.
Atividade intencional. Pregar deve ser um ato consciente e intencional, não algo trivial. Requer preparação, o emprego de todas as nossas capacidades nesse propósito. Apresentar mensagens coerentes, utilizando os melhores métodos, faz parte do nosso solene dever.
Propósito claro. Paulo pediu com insistência a Timóteo que pregasse com o coração, a fim de corrigir, repreender e exortar com amor aos ouvintes, de maneira que fossem salvos.
O apóstolo concluiu sua exortação reafirmando a poderosa conexão entre o ministério pastoral e a pregação. “Faça o trabalho de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério” (2Tm 4:5). Pregar o evangelho é um imperativo do ministério pastoral. Essa ação constante fundamenta-se numa identidade evangelizadora que não podemos dissociar de nossa atividade. Essa atitude reforça nossa vocação pastoral, dando-lhe direção e poder.
Às vezes dizemos que muitas pessoas caminham pela vida sem direção, mas a verdade é que elas estão a caminho da perdição. Elas precisam receber a luz da mensagem de salvação e visualizar um novo caminho que as conduza ao Céu. Pregue a tempo e fora do tempo! Essa obra transformadora fará você mais feliz e levará muitos ao reino de Deus. O momento para pregar com todo o coração é agora. E você, vai continuar pregando com a força e a paixão da
primeira vez?