É tempo de ver além das circunstâncias

Crise é a palavra do momento em vários países da América do Sul, e ela pode ser sentida nas mais diferentes áreas, como por exemplo, na política, economia e moralidade. Governantes e líderes tentam, mas não conseguem encontrar saída para situações que parecem maiores do que eles. Em momentos assim, Deus multiplica as oportunidades e surpreende Seu povo. Afinal, tempos difíceis nos ajudam a purificar a vida espiritual, fortalecer a fé e aumentar nossa dependência dele. O Senhor utiliza essas oportunidades para tirar a distração do meio de Seu povo e trazê-lo de volta ao foco da consagração e missão. As crises também fortalecem a igreja.

Precisamos estar prontos para aproveitar cada uma dessas oportunidades sem ser dominados pelo medo ou pela insegurança. Nosso chamado é para avançar com responsabilidade e ousadia, pois só assim vamos refletir a visão de Deus para esses momentos.

A responsabilidade nos leva a reavaliar nossa maneira de gastar nossos recursos e realizar nossas atividades. Toda aresta precisa ser aparada para que avancemos com o foco na missão. Por sua vez, a ousadia nos dá a oportunidade de realizar os sonhos de Deus e estar prontos para entrar pelas portas que Ele abrir. O Senhor não é guiado por crises, mas movido por milagres.

Meus olhos brilharam quando li uma pesquisa de opinião realizada no Brasil entre os dias 12 e 16 de julho de 2015. Ela envolveu 2.002 pessoas, em 25 estados, 137 cidades, abrangendo as cinco regiões do país. O material, encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes, apresentou resultados interessantes. O objetivo era conhecer melhor a visão do brasileiro sobre diversos temas que agitam o país, mas uma das questões me chamou a atenção de maneira especial.

Perguntados sobre a instituição na qual os entrevistados mais confiam, as respostas foram as seguintes:

Igreja53,5%
Forças Armadas15,5%
Justiça10,1%
Polícia5,0%
Imprensa4,8%
Governo1,1%
Congresso Nacional0,8%
Partidos Políticos0,1%
Não sabe ou não respondeu9,1%
Fonte: (http://t.co/5UCpBXSota)

Observe que, enquanto tudo está desmoronando e as pessoas não têm em que confiar, elas assumem de forma destacada que sua maior esperança está na religião, ou nas igrejas. A crise está potencializando essa oportunidade e abrindo portas para que possamos chegar aos corações carentes e sinceros. O que estamos fazendo para que isso aconteça? Estamos aproveitando esse momento com urgência, conscientes de que não teremos muito tempo? Ou continuamos em nossa rotina, gastando tempo com coisas irrelevantes e deixando-o passar? Grandes e rápidas oportunidades precisam ser aproveitadas com foco claro e ação integrada.

Quando fortalecemos o foco, as forças se concentram no que é essencial, importante e relevante. Se não agirmos dessa maneira, mas deixarmos as coisas acontecerem de forma natural, no “piloto automático”, as energias serão consumidas com o que é secundário, vazio e irrelevante. A pressão do excesso de atividades, do secularismo e da mídia em todas as suas formas traz um enorme risco de distração. Não podemos nos deixar distrair e perder a oportunidade preciosa que Deus está colocando diante de nós. Nosso foco deve estar no discipulado. Ele é a essência e a base de tudo.

É preciso envolver cada membro na comunhão, no relacionamento e na missão. Nosso tempo principal, planejamento de nossas atividades, uso de nossos recursos, foco de nossos talentos, tudo deve levar cada um de nós a buscar Deus na primeira hora do dia, a fazer parte de um pequeno grupo e a usar nossos dons para levar pelo menos uma pessoa a Jesus. Priorizando essa visão teremos uma igreja mais saudável, um exército mais envolvido, pessoas mais integradas, discípulos mais maduros e oportunidades mais bem aproveitadas.

Para potencializar o alcance e os resultados dessa visão, agora buscamos mais. Diante das grandes oportunidades, precisamos sonhar além do que pudemos realizar até aqui, levando a igreja a ter mais comunhão, mais relacionamento e mais missão. Não é tempo de se acomodar nem retroceder. É hora de avançar para não deixar passar as oportunidades que os últimos dias estão colocando diante de nós.

Quando é claro o objetivo a ser alcançado, as atividades precisam ser alinhadas e integradas para então ser potencializadas. Essa é a razão pela qual a cada ano temos um projeto unificado que nos move como um exército para realizar ações mais relevantes. É fundamental atuarmos juntos para consolidar o foco e fortalecer a unidade. Se não agirmos de maneira integrada seremos uma igreja de muitos pequenos movimentos, mas desconhecida, irrelevante, ineficaz e incapaz de cumprir a missão e aproveitar as oportunidades. Entretanto, se atuarmos unidos, seremos relevantes na igreja e, especialmente, na comunidade, onde estão os corações que clamam por socorro e esperança.

Em 2016 vamos compartilhar essa Esperança Viva, que o inimigo não conseguiu abalar desde o surgimento do movimento adventista. Essa esperança não é apenas uma teoria, mas tem efeito real na vida daquele que a aceita. Vamos atuar juntos com paixão, dedicação e foco no discipulado.

Em busca de mais comunhão, vamos incentivar nossos irmãos a ter sua lição da Escola Sabatina e também motivar a igreja para o programa “10 Dias de Oração e 10 Horas de Jejum”, que ocorrerá nos dias 18 a 27 de fevereiro.

Vamos trabalhar para aumentar a participação da igreja nos pequenos grupos a fim de desfrutarmos mais relacionamento, aumentando a integração com as unidades de ação da Escola Sabatina. No dia 6 de agosto, vamos celebrar o crescimento e a multiplicação dos pequenos grupos.

Teremos mais missão se cada membro da igreja, pela graça de Cristo e pelo poder do Espírito, se dispuser a preparar uma pessoa para o batismo por meio dos seus dons espirituais. Como igreja, queremos atuar integrados em quatro grandes movimentos em 2016: Semana Santa, de 19 a 27 de março; Impacto Esperança, nos dias 14 e 15 de maio; Batismo da Primavera, de 17 a 24 de setembro; e Evangelismo Público de Colheita, de 19 a 26 de novembro.

Conto com você para avançarmos juntos com paixão e foco na missão. Afinal, “será que um marinheiro ficaria parado se ouvisse o clamor de um náufrago? Será que um médico permaneceria sentado confortavelmente deixando seus pacientes morrerem? Será que um bombeiro, ao saber que alguém está perecendo em meio às chamas, ficaria parado e não prestaria socorro? E você conseguiria ficar tranquilo vendo o desespero do mundo ao seu redor?” (Leonard Ravenhill).

Não desperdicemos as oportunidades que Deus nos dá!

Decisão e Prontidão

A causa de Deus requer homens de visão rápida, capazes de agir pronta e energicamente no momento oportuno. Se esperais para medir cada dificuldade e pesar cada perplexidade que encontrardes, bem pouco haveis de realizar. Encontrareis dificuldades e obstáculos a cada passo, e deveis, com propósito firme, decidir vencê-los, ou do contrário sereis por eles vencidos.

Vezes há em que vários meios e fins, métodos diversos de operação quanto à obra de Deus equivalem-se mais ou me- nos em nosso espírito; é exatamente então que se faz mister o melhor critério. E se alguma coisa se faz para esse fim, deve ser feita no momento oportuno.

A mais leve inclinação do peso na balança deve ser notada, decidindo imediatamente a questão. Muita delonga fatiga os anjos. É mesmo mais desculpável tomar uma decisão errada, às vezes, do que ficar sempre a vacilar, hesitando ora para uma, ora para outra direção. Maior perplexidade e mal resultam de hesitar e duvidar assim, do que de agir às vezes muito apressadamente.

Tem-me sido mostrado que as mais assinaladas vitórias e as mais terríveis derrotas se têm decidido em minutos. Deus requer ação pronta. Demoras, dúvidas, hesitações e indecisão dão muitas vezes toda vantagem ao inimigo (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 133, 134).