A história bíblica ensina que Deus sempre buscou a participação do homem nos grandes empreendimentos. Deus é Todo-poderoso e poderia fazer tudo sem a ajuda de alguém. Usa, porém, o homem para ensinar-lhe que tem o dever e o privilégio de colaborar com Deus.
A Igreja e Suas Funções
Cristo fundou a Igreja Cristã, sendo Ele mesmo o fundamento (I Cor. 3:11). Os apóstolos e outros membros seriam as pedras vivas (Efés. 2:20) com as quais seria levantado todo o edifício. Havia uma interação e colaboração dinâmica e constante entre o elemento divino e humano, a fim de cumprir conjuntamente os objetivos e as funções da Igreja.
Quais são esses objetivos e funções? Enumeremos os principais:
1. Função litúrgica: A igreja provê bênção mediante os cultos de adoração, principalmente o culto sabático, e mediante os ritos e cerimônias (S. Luc. 4:16).
2. Função sanadora; A igreja se preocupa com a saúde física, mental e espiritual dos membros (S. Mat. 4:23).
3. Função pastoral: A igreja provê bênção e assistência pastoral mediante a visitação, o aconselhamento e outros meios, especialmente para os enfermos e para os que têm problemas espirituais e de muitos outros tipos (Efés. 4:11 e 12).
4. Função de pregação; A igreja prega o evangelho nos diversos cultos realizados no templo e às vezes fora do templo (II Tim. 4:2).
5. Função didática: A igreja dá instruções para a edificação espiritual, moral, missionária e cultural das crianças, dos jovens e dos adultos (S. Mat. 28:20).
6. Função filantrópica: A igreja socorre os pobres entre os seus membros e presta auxílio a todos em caso de calamidade (II Cor. 8:1-4).
7. Função missionária; A igreja proclama o evangelho mediante o evangelismo em todas as suas formas (Atos 1:8).
8. Função social: A igreja provê um senso de irmandade, amizade e amor cristão e une seus membros com laços especiais (S. Mat. 23:8 e 9).
Todas estas funções são importantes e devem ser cumpridas com eficácia e persistência. Mas, qual é a função prioritária?
A Função Prioritária da Igreja
É vital estabelecer as prioridades. É indispensável fazê-lo nos empreendimentos humanos e muito mais em relação com a obra da igreja. Se as prioridades não são claras, existe o perigo de perder o senso de missão e de vagar sem rumo e meta, e de cair em estagnação e até em retrocesso.
Cristo tinha Suas prioridades e sabia quais eram, e nada e ninguém O apartou de Sua missão. “A Minha comida consiste em fazer a vontade dAquele que Me enviou, e realizar a Sua obra.” S. João 4:34. “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido.” S. Luc. 19:10.
A Igreja apostólica também sabia qual era sua prioridade; mas, ante a multiplicidade de tarefas, eles se afastaram do primário para atender o secundário. Reagiram, porém, a tempo, reafirmaram as prioridades e organizaram a igreja para atender todas as outras funções. “Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas…. Escolhei dentre vós sete homens…; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” Atos 6:2-4.
“À Igreja primitiva tinha sido confiada uma obra de constante ampliação — estabelecer centros de luz e bênção, onde quer que existissem almas sinceras e dispostas a se dedicarem ao serviço de Cristo.” — Atos dos Apóstolos, pág. 90.
Qual é a tarefa prioritária da Igreja Adventista? A resposta será obtida de três fontes: duas que reconhecemos como inspiradas e a última como autorizada.
1. Segundo a Bíblia: Cristo declarou de modo claro e inequívoco qual era a missão prioritária da Igreja: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” S. Mar. 16:15. “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.” S. Mat. 24:14. “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua e povo.” Apoc. 14:6. “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da Terra.” Atos 1:8.
2. Segundo o Espírito de Profecia. “A obra evangelística, de abrir as Escrituras aos outros, advertindo homens e mulheres daquilo que está para vir ao mundo, deve ocupar, mais e mais, o tempo dos servos de Deus.” — Evangelismo, pág. 17. “O Senhor determinou que a proclamação desta mensagem fosse a maior e mais importante obra no mundo, para o presente tempo.” — Idem, pág. 18. “Por todas as partes a luz da verdade deve brilhar… Em todos os países e cidades o evangelho deve ser proclamado…. Esta obra missionária do envangelho precisa manter-se atingindo e anexando novos territórios, ampliando as porções cultivadas da vinha. O círculo deve ser estendido até que rodeie o mundo.” — Idem, pág. 19.
3. Segundo a Associação Geral. Num documento histórico intitulado: “O Evangelismo e a Terminação da Obra”, a direção da Igreja determinou de maneira inequívoca qual é nossa missão prioritária.
“A corrente vital da Igreja é o evangelismo; sem ele a Igreja não pode existir. A Igreja foi organizada para evangelizar, e sua missão peculiar é levar o evangelho ao mundo. Se permitirmos que a primazia e centralidade do evangelismo compenetre cada ato da Igreja, sempre manteremos as prioridades onde Deus quer que estejam. Qualquer atividade dentro da Igreja que ameace ou substitua o evangelismo certamente constitui um instrumento de Satanás, e é ilegítimo.”
O Pastor Neal C. Wilson, presidente da Associação Geral, declarou: “Devemos proclamar a mensagem dos três anjos com clareza e convicção. Todos os obreiros e todos os membros da Igreja devem dar à trombeta um sonido claro e distinto. Agora é o tempo para nos unirmos em amor, devoção e zelo, e para levantar-nos juntos e cumprir a missão que o Senhor nos confiou. Agora é o tempo de terminar a obra.” — Adventist Review, dezembro de 1982.
Atrasados
“Houvesse o desígnio de Deus sido cumprido por Seu povo em dar ao mundo a mensagem de misericórdia, e Cristo haveria, antes disto, de ter vindo à Terra, e os santos teriam recebido as boas-vindas à cidade de Deus.” — Evangelismo, pág. 694.
“Se todo atalaia sobre os muros de Sião houvesse dado à trombeta um sonido certo, o mundo haveria antes desta data ouvido a mensagem de advertência. A obra, porém, acha-se com atraso de anos. Enquanto os homens dormiram, Satanás marchou furtivamente sobre nós.” — Idem, págs. 694 e 695.
Como Apressar a Vinda de Cristo?
“Dando o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta de nosso Senhor. E privilégio de todo cristão, não só aguardar, mas mesmo apressar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Se todos os que professam o Seu nome estivessem produzindo fruto para Sua glória, quão rapidamente seria lançada em todo o mundo a semente do evangelho! Depressa amadureceria a última seara, e Cristo viria para juntar o precioso grão. [A vinda do Senhor] não será retardada para além do tempo em que a mensagem for levada a todas as nações, línguas e povos.” — Idem, págs. 696 e 697.
Onde Está o Erro?
Não há dúvida de que a Igreja prega o evangelho. Realizam-se grandes campanhas evangelísticas, apresentam-se programas de rádio e televisão, produzem-se toneladas e toneladas de publicações, efetua-se obra filantrópica. Evidentemente, porém, o progresso é lento. Pior ainda, nalguns lugares do mundo não se progride, e até há retrocesso. Parece que sabemos que devemos pregar o evangelho, mas há algo de errado com a metodologia. Alguma coisa precisa ser modificada radicalmente para que a mensagem seja proclamada com maior eficiência e rapidez.
Procuremos descobrir onde está o erro. Roy Allan Anderson disse: “Foi um grande golpe de estratégia, quando o diabo conseguiu dividir a Igreja em dois grupos — o clero e os leigos. Esta divisão não existia na Igreja apostólica.” — O Pastor-Evangelista, pág. 64.
O erro tem consistido em que a obra de evangelizar e ganhar almas tem sido considerada dever e privilégio unicamente do pastor, sem integrar os leigos.
Este é um erro antigo. Foi cometido por Moisés, que sozinho fazia todo o trabalho de organizar, dirigir e julgar o povo de Deus. Foi cometido no começo da Igreja primitiva, quando os apóstolos realizavam toda a obra pastoral, evangelística e de beneficência. Tem sido cometido em grande escala pela Igreja Adventista, e esta é a principal razão de a obra estar atrasada e os avanços serem penosamente pequenos.
O Espírito de Profecia previne clara e energicamente contra esse erro:
“Não é o desígnio do Senhor que se deixe aos ministros a maior parte da obra de semear a semente da verdade.” — Serviço Cristão, pág. 67.
“O ministro não deve sentir ser seu dever fazer todas as pregações e todos os trabalhos e todas as orações.” — Idem, pág. 69.
“A disseminação da verdade de Deus não se limita a alguns poucos ministros ordenados.” — Idem, pág. 68.
“A idéia de que o ministro deve arcar com todos os encargos e fazer todo o trabalho, é grande erro.” — Ibidem.
“É erro fatal supor que a obra de salvação de almas depende só do ministério.” — Ibidem.
O Senhor Jesus jamais trabalhou sozinho. Constantemente estava acompanhado de discípulos, seguidores e santas mulheres, que O ajudavam em Seu ministério e aos quais o Senhor instruía.
O pastor que trabalha sozinho comete o mesmo erro que cometeria um general que deve combater um forte exército inimigo e se põe a pelejar sozinho, deixando todo o regimento nos quartéis.
A Quem Corresponde a Missão de Evangelizar?
“A Igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio tem sido plano de Deus que Sua Igreja reflita para o mundo Sua perfeição e competência.” — Serviço Cristão, pág. 15.
“Alguém tem de cumprir a comissão de Cristo; alguém tem que levar avante a obra que Ele começou a fazer na Terra; e este privilégio foi concedido à Igreja. Para este fim foi ela organizada.” — Idem, pág. 14.
“Para ser fiéis a nossa herança e estar à altura de nossa tarefa atual, nossa estratégia deve insistir em que a evangelização seja considerada como a responsabilidade de toda a Igreja.” — Evangelismo, un Concepto, pág. 43.
“O evangelismo não é um obra para uns poucos especialistas. O evangelismo é a obra que Jesus designou a todos os Seus seguidores.” — John Shuler, Public Evangelism, pág. 15.
“O êxito no evangelismo depende não tanto da habilidade de um evangelista, como da atividade conjunta da igreja.” — John W. Fowler.
Jamais foi o desígnio de Deus e de Cristo que a obra seja somente dos pastores, e, sim, da Igreja em seu conjunto.
A Vocação Missionária dos Leigos
A história bíblica ensina que Deus sempre buscou a participação do homem nos grandes empreendimentos. Deus é Todo-poderoso e poderia fazer tudo sem a ajuda de alguém. Usa, porém, o homem para ensinar-lhe que tem o dever e privilégio de colaborar com Deus. “Os homens são instrumentos nas mãos de Deus, por Ele empregados para cumprirem Seus propósitos de graça e misericórdia.” — Serviço Cristão, pág. 11.
Deus recomendou que Noé dedicasse 120 anos para construir uma arca e admoestar sua geração. Quando o povo de Israel combatia contra Amaleque, Moisés devia erguer as mãos para o alto. Na tomada de Jericó, todo o povo teve que dar voltas em torno da cidade. No caso de Ai, só uns poucos foram combater, e foram derrotados. O Senhor ordenou a Josué: “Não temas, não te atemorizes: toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, sobe a Ai.” Jos. 8:1. Quando Jesus multiplicou os pães e os peixes, os discípulos foram encarregados de distribuir o alimento.
Na ressurreição de Lázaro, Jesus ordenou que fosse tirada a pedra e desatadas as ataduras do ressuscitado. “Cristo podia ter ordenado à pedra que se deslocasse por si mesma, e ela Lhe teria obedecido à voz. Poderia ter mandado aos anjos que se Lhe achavam ao lado, que fizessem isso. Ao Seu mando, mãos invisíveis teriam removido a pedra. Mas ela devia ser retirada por mãos humanas. Assim queria Cristo mostrar que a humanidade tem de cooperar com a divindade. O que o poder humano pode fazer, o divino não é solicitado a realizar. Deus não dispensa o auxílio humano. Fortalece-o, cooperando com ele, ao servir-se das faculdades e aptidões que lhe foram dadas.” — O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág. 511.
Quando os necessitados iam ter com Jesus, encontravam salvação e saíam convertidos em missionários. Depois de libertar os endemoninhados, Jesus recomendou: “Volta para casa e conta aos teus tudo o que Deus fez por ti.” S. Luc. 8:39.
“Os dois curados possessos foram os primeiros missionários enviados por Cristo a pregar o evangelho na região de Decápolis. Só por poucos momentos tinham esses homens tido o privilégio de escutar os ensinos de Cristo…. Não podiam ensinar o povo, como os discípulos, que se achavam diariamente com Cristo, estavam no caso de fazer. Apresentavam, porém, em si mesmos o testemunho de que Jesus era o Messias. Podiam dizer o que sabiam; o que eles próprios tinham visto e ouvido, e experimentado do poder de Cristo. É o que a todo aquele cujo coração foi tocado pela graça de Deus, é dado fazer.” — Idem, pág. 323.
A samaritana teve um encontro com Jesus que modificou sua vida, e ela transformou-se imediatamente numa fervorosa missionária.
Quando André encontrou a Jesus, “ele achou primeiro ao seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias, e o levou a Jesus.” S. João 1:41 e 42.
Jesus despertava imediatamente em Seus seguidores uma forte vocação missionária. Primeiro chamou os doze, e logo os enviou a pregar. Depois escolheu setenta e também os enviou a pregar.
Na Igreja primitiva todos pregavam. Era uma igreja em ação. Estêvão, um leigo, era um pregador excepcional, “e não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava” (Atos 6:10). Filipe, o evangelista e instrutor bíblico do etíope, era um leigo. No cenáculo, o Espírito Santo investiu de poder os apóstolos e os leigos. Era uma igreja com vocação evangelística. A missão dizia respeito a todos, e todos a cumpriam com poder.
“Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador. A graça de Cristo na alma é como uma vertente no de-serto, fluindo para refrigério de todos.” — Serviço Cristão, pág. 9.
“Aquele que se torna um filho de Deus deve, daí em diante, considerar-se como um elo na cadeia descida para salvar o mundo, um com Cristo em Seu plano de misericórdia, indo com Ele a buscar e salvar o perdido.” — A Ciência do Bom Viver, pág. 85.
A Responsabilidade e o Papel do Pastor
Não resta a menor dúvida de que entre suas responsabilidades iniludíveis, o pastor deve fazer evangelismo e dedicar a maior parte do tempo à conquista de almas.
Jamais deve olvidar, porém, qual é a principal tarefa de um dirigente. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério.” Efés. 4:11 e 12. Almeida, antiga. (Grifo acrescentado.) Isto significa que o principal dever do pastor é preparar os membros para juntos realizarem a obra ministerial de apascentar o rebanho, pregar o evangelho e ganhar almas.
“A melhor ajuda que os pastores podem prestar aos membros de nossas igrejas não consiste em pregar-lhes sermões, mas em planejar trabalho para que o façam. Dai a cada um algo para fazer em prol de outros. Ajudai todos a verem que, como recebedores da graça de Cristo, estão obrigados a trabalhar para Ele. E seja a todos ensinada a maneira de trabalhar. Especialmente as pessoas que recentemente aceitaram a fé, devem ser ensinadas a cooperar com Deus.” — Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 323.
“Muitos pastores falham em conseguir, ou em não tentar, que todos os membros da igreja se empenhem ativamente nos vários ramos da obra. Se os pastores dessem mais atenção a pôr e manter seu rebanho ativamente ocupado na obra, haviam de realizar mais benefícios, ter mais tempo para estudar e fazer visitas missionárias, e também evitar muitas causas de atrito.” — Obreiros Evangélicos, pág. 194.
“Ensinem os pastores aos membros da igreja que, a fim de crescer em espiritualidade, eles devem levar o fardo que o Senhor sobre eles pôs — o encargo de conduzir almas à verdade. Aqueles que não estão fazendo face a suas responsabilidades devem ser visitados, orando-se e trabalhando-se com eles. Não leveis o povo a descansar em vós como ministros; ensinai-lhes antes que devem usar seus talentos em comunicar a verdade aos que os rodeiam.” — Ibidem.
“Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o pastor deve não buscar tanto, a princípio, converter os incrédulos, como exercitar os membros da igreja em prestar uma cooperação proveitosa. Trabalhe com eles individualmente, tentando despertá-los para buscarem eles próprios uma experiência mais profunda, e trabalharem por outros.” — Idem, pág. 192.
O pastor é como um general que recruta e adestra o maior número de soldados. É como o dirigente de uma orquestra, que ensina a cada um sua parte, e depois rege a execução do concerto. O pastor de êxito é capaz de recrutar, habilitar e pôr em ação a maior quantidade de membros da igreja na evangelização e conquista de almas.
A Fórmula da Vitória: Obreiros e Leigos Unidos
“Que os ministros e membros leigos saiam para os campos a amadurecer.” — Serviço Cristão, pág. 67.
“A obra de Deus na Terra nunca poderá ser finalizada enquanto os homens e mulheres que compõem nossa Igreja não cerrem fileiras, e juntem seus esforços aos dos ministros e oficiais de igreja.” — Idem, pág. 68.
“Os que ocupam lugar de líderes na igreja de Deus devem sentir que a missão do Salvador é dada a todos os que crerem no Seu nome. Deus deseja enviar para a Sua vinha a muitos que não foram consagrados ao ministério pela imposição das mãos.” — Atos dos Apóstolos, pág. 110.
“Cristão tem de se achar unido a cristão, uma igreja a outra igreja, o instrumento humano cooperando com o divino, cada agente subordinado ao Espírito Santo, e todos unidos para dar ao mundo as boas-novas da graça de Deus.” — General Conference Bulletin, 28 de fevereiro de 1893, pág. 421.
Como Mobilizar os Membros?
1. Planejamento.
Apresentar aos leigos planos bem traçados, razoáveis e compreensivos. Melhor ainda se eles participam na elaboração dos planos. Cumpre lembrar que planos grandes e audazes suscitam uma grande resposta, ao passo que planos tímidos e pequenos não entusiasmam a pessoa alguma.
2. Comunicar os Planos.
Os melhores planos que ninguém conhece jamais produzirão resultados. Convém apresentar os planos de maneira entusiasta e compreensível a todos, e permitir que haja sugestões dos membros, aceitando de bom grado as que são oportunas.
Não se deve procurar impor planos, pois a resposta será mínima. Os planos devem ser de todos, porque assim todos se sentem incluídos no programa.
3. Recrutamento.
O ideal é que cada membro da igreja colabore segundo seu dom natural. Certo pastor praticava a seguinte fórmula:
33% do conjunto de membros ajudando no evangelismo e na conquista de almas;
33% do conjunto de membros ajudando na consolidação; e
33% do conjunto de membros ajudando na administração.
Há três tipos de recrutamento, e podem ser efetuados em público ou em forma pessoal:
1) Recrutamento permanente para atividades missionárias.
2) Recrutamento para campanhas especiais.
3) Recrutamento para os cargos administrativos por nomeação prévia.
4. Habilitação.
Os leigos devem receber instruções acerca de como realizar o trabalho missionário. Em cada igreja devia funcionar uma classe permanente de habilitação missionária dos membros. Quando se empreende uma grande campanha evangelística é necessário prover habilitação especial.
Os instrutores podem ser:
a) O diretor de Ação Missionária do Campo local.
b) O pastor da igreja.
c) Membros com ampla experiência missionária.
Em distritos ou igrejas grandes, dificilmente o pastor poderá prover habilitação para todos os membros. Deverá limitar-se a adestrar instrutores leigos, os quais, por sua vez, habilitarão a outros leigos. O adestramento deve consistir de um pouco de teoria e de bastante prática.
5. Materiais Para o Trabalho Missionário.
O que as armas e munições são para um exército, os materiais são para os membros. Por mais numeroso e valente que seja um exército, se ele não tiver armas e munições, estará derrotado. Assim também, por mais voluntários e capazes que sejam os membros, se não tiverem materiais, serão ineficazes. Como o exército deve prover as armas e as munições, a igreja deve prover aos membros as munições espirituais que sejam boas, adequadas e abundantes. É um contra-senso esperar que os leigos apliquem seu tempo escasso e sua boa vontade, e tenham também que comprar os materiais. A prática ensina que isto anula qualquer plano. Definitivamente a igreja deve prover os materiais.
6. Prover Fundos Para o Evangelismo dos Membros.
Na Divisão Interamericana, cerca de 70% de todos os batismos são atribuídos à ação missionária dos leigos. Isto significa que a melhor inversão que se pode fazer é providenciar fundos adequados para o evangelismo dos membros e para que tenham material bom e abundante.
Esses fundos devem ser providos desde a Divisão, passando pelas uniões e pelos campos locais. As igrejas também devem destinar uma boa parcela para o evangelismo em seus orçamentos combinados.
7. Supervisão e Ajuda.
Convém que o pastor e os membros mais capazes supervisionem o trabalho realizado pelos leigos e prestem ajuda quando for necessário.
8. Reconhecimento e Crédito.
Quando chega o momento do triunfo, nunca se deve olvidar a parte desempenhada pelos membros. Deve haver incentivos e reconhecimentos.
Métodos Mais Eficazes Para Ganhar Almas com a Ajuda dos Membros
Atualmente, os métodos mais eficazes para ganhar almas na Divisão Interamericana, são em ordem de eficácia:
1. Campanhas evangelísticas. Podem ser campanhas no templo, em lugares novos, ao ar livre. Os leigos têm provado que são excelentes pregadores e ótimos organizadores.
2. Estudos bíblicos. Nos lares, a uma família ou a um grupo de famílias. Os leigos são extraordinários como instrutores bíblicos. Deve-se prover manuais de estudos bíblicos para eles, e, se possível, diapositivos e outros materiais audiovisuais.
3. Classes batismais. Em cada igreja ou congregação devem funcionar classes batismais para: a) menores, b) jovens e c) adultos. Os instrutores dessas classes serão leigos muito capazes de ser respeitados.
4. O lar: centro de evangelização e conquista de almas. Existe um enorme movimento missionário tendente a transformar os lares em centros de evangelização. O primeiro dever do lar é ganhar seus próprios membros ainda não convertidos. Dedicar o lar para diversas atividades ganhadoras de almas, como: reuniões evangelizadoras, estudos bíblicos, seminários, filiais da Escola Sabatina, etc.
Em vários lugares é dedicado um dia por semana para reuniões nos lares, com maravilhosos resultados.
5. Carteiros missionários. Em vários países os carteiros missionários, que levam as lições da Voz da Esperança e outros cursos, tornaram-se um poderoso instrumento na conquista de milhares de almas.
6. Unidades evangelizadoras.
7. Seminários. Principalmente nos Estados Unidos, os seminários de revelação constituem um dos métodos mais eficazes para ganhar almas.
8. Projeto pioneiro. É um plano de notável êxito na América do Sul. Consiste em que um grupo de irmãos deixa sua igreja mãe para formar uma nova congregação ou igreja num lugar novo.
9. Testemunho cristão. Ensinar os irmãos a estar preparados para dar um breve testemunho de sua experiência cristã e da Bíblia em toda oportunidade que se apresente.
10. Publicações. O uso de nossas revistas missionárias, como “El Centinela’’ e “Decisão”, e a distribuição de folhetos, sempre produz uma abundante colheita de almas.
O Triunfo é Certo
“A verdade há de em breve triunfar gloriosamente, e todos quantos agora escolhem ser cooperadores de Deus, com ela triunfarão.” — Evangelismo, pág. 692.
“O povo de Deus unir-se-á, apresentando frente unida ao inimigo…. Então, a mensagem do terceiro anjo se avolumará num alto clamor, e a Terra inteira será iluminada com a glória do Senhor.” — Idem, pág. 693.
Embora seja indispensável o trabalho denodado e unido de obreiros e leigos, jamais devemos olvidar que a VITÓRIA FINAL será resultado da obra do Espírito Santo operando através de canais limpos e consagrados.
Jesus disse a Seus discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da Terra.” Atos 1:8.
“O grande derramamento do Espírito de Deus, o qual ilumina a Terra toda com Sua glória, não há de ter lugar enquanto não tivermos um povo esclarecido, que conheça por experiência o que seja ser cooperador de Deus. Quando tivermos uma consagração completa, de todo o coração, ao serviço de Cristo, Deus reconhecerá esse fato mediante um derramamento, sem medida, de Seu Espírito; mas isso não acontecerá enquanto a maior parte dos membros da igreja não forem cooperadores de Deus.” — Serviço Cristão, pág. 253.
“Quando pusermos o nosso coração em unidade com Cristo e colocarmos nossa vida em harmonia com Sua obra, o Espírito que desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes descerá sobre nós.” — Ellen G. White, Review and Herald, 30 de junho de 1903.
Oswald J. Smith escreveu as seguintes palavras: “Alguma geração há de completar a evangelização do mundo. Por que não a nossa? Por que deixar isso para outra geração? Poderemos fazê-lo, se o quisermos.” — Pasión por las Almas, pág. 49.
Oremos e trabalhemos para que este movimento de OBREIROS E LEIGOS EM AÇÃO seja tão poderoso que “a Terra se… [encha] do conhecimento da glória do Senhor” (Hab. 2:14).
CARLOS E. AESCHLIMANN, secretário Ministerial da Divisão Interamericana