Jackson Roberto de Andrade
Este ano estou completando 15 anos de ministério pastoral, sempre atuando na Educação Adventista. Considerando a urgência que temos em trabalhar com as novas gerações, não vejo outro lugar melhor para estar e contribuir para essa missão. Creio que cada um tem um chamado e um estilo de exercer o pastorado, mas é plano de Deus que “os que tiverem mais vocação para o ministério devem ser empregados para dar aulas de Bíblia em nossas escolas” (Ellen White, Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, p. 431). Creio que minha igreja é a sala de aula e meu campo missionário, a comunidade escolar.
Minha história como pastor escolar já me proporcionou uma série de experiências impactantes. A forma de mostrar o evangelho para crianças e adolescentes é muito diferente e requer habilidades criativas e inovação de métodos. Contudo, o que torna eficaz esse trabalho é uma vida de oração e o amor incondicional por meus alunos, tornando-os protagonistas em meu ministério. Posso dizer que sinto muito mais alegria em ver um aluno de 8o ano do ensino fundamental levando a Palavra em uma aula na capela do que eu mesmo pregando. O discipulado dos meus alunos sempre foi meu foco e, de fato, como conceituou Ellen White, vejo a escola como um centro de formação de missionários. Por isso, Deus me guiou desde o início de meu ministério a focalizar os alunos adventistas para que influenciem seus colegas de sala de aula a um compromisso com Cristo.
Por exemplo, em meu primeiro ano no Colégio Adventista do Partenon, em Porto Alegre, RS, tínhamos a SSAA, Sociedade Secreta dos Alunos Adventistas. De uma forma lúdica, capacitávamos os alunos adventistas do ensino fundamental para que fossem uma influência positiva aos colegas, a fim de que estes entregassem a vida a Jesus.
Em 2011, no Colégio Adventista de Porto Alegre, ousamos como escola ir um pouco além e levamos os alunos no sábado pela manhã para um culto feito totalmente por eles. Nós nos reuníamos uma vez por mês e chamávamos o momento de “Clube da Luta”, nome alusivo ao propósito de lutar contra nosso maior inimigo: o próprio eu. Cerca de 200 pessoas participavam do culto, e apenas dez participantes eram adventistas.
No entanto, a experiência mais marcante em minha jornada ocorreu em 2014, no Unasp, campus São Paulo. Tendo como colega o pastor Daniel Lüdtke, iniciamos a Comunidade IES (Integração, Evangelismo e Serviço), a primeira igreja adventista formada totalmente por adolescentes no Brasil. Com o apoio da administração do campus e da igreja do Unasp, reuníamos em média 150 alunos da escola básica todos os sábados, e 50 não eram adventistas. Com um número maior de adventistas, conseguíamos ser a maior influência e, assim, guiar nossos filhos da igreja a convidar seus colegas para que participassem de ministérios da Comunidade IES. Percebi que um aluno, ao envolver-se em um ministério como parte de seu discipulado, fortalecia sua decisão pelo batismo. Assim, todos que eram batizados já estavam inseridos em um ministério da igreja.
Outro projeto que exerceu poderosa influência no discipulado dos alunos foi a classe dos “Escolhidos”. Cada aluno adventista escolhia um colega para estudar a Bíblia e formávamos grupos de estudo divididos por série numa classe especial, onde o pastor apenas coordenava e auxiliava, e os próprios adolescentes ministravam o estudo bíblico.
Hoje continuo meu ministério pastoral escolar em Goiânia, GO. Além de pastorear um colégio, também ocupo a função de coordenar e discipular pastores escolares que estão iniciando o ministério, visando incentivá-los a seguir carreira na Educação Adventista.
Não sei qual é o futuro que o Senhor tem me reservado, mas pretendo exercer esse ministério até o dia em que possa apresentar pessoalmente meus alunos diante de Cristo, sabendo que cumpri a missão e exerci com propriedade minha vocação como pastor escolar da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Jackson Roberto de Andrade é pastor em Goiânia, GO