O que se faz com o primeiro capitulo da Bíblia determina o que será feito com o restante dela

Num esforço para alinhar o relato bíblico das origens com a compreensão científica da realidade, vários estudiosos têm proposto interpretações simbólicas, espiritualizantes ou metafóricas1 de Gênesis 1. Sugere-se, por exemplo, que os dias da criação não teriam sido literais, de 24 horas, mas longos períodos ou dias de revelação. Tais posicionamentos exegéticos em relação a Gênesis 1 têm exercido influência no debate entre criação e evolução.

Os estudiosos evangélicos que interpretam o texto bíblico de uma perspectiva histórico-crítica – incluindo-se aí católicos romanos e protestantes liberais – normalmente adotam a postura filosófica denominada criacionismo progressivo2 ou evolucionismo teísta.3 Mais recentemente, o assim chamado “desígnio inteligente”4 tem recebido muita aceitação em alguns círculos. Tais tentativas eruditas de lidar com os aspectos científicos e teológicos das origens suscitam questões relacionadas com a coerência e consistência da revelação bíblica como um todo.

Intenção original e relevância teológica

A discussão sobre a interpretação de Gênesis 1 toca em dois pontos fundamentais. O primeiro se relaciona com a intenção primária do autor bíblico. É preciso determinar se os vários elementos ali contidos visam comunicar informações factuais sobre a criação ou se tencionam apenas expressar uma verdade geral sobre Deus como Criador, em termos metafóricos. O segundo ponto concerne a questões teológicas mais amplas, incidindo sobre como o relato deve ser interpretado, bem como suas implicações teológicas.

Alguns eruditos defendem que o relato da criação em Gênesis 1 não tenciona comunicar informações factuais sobre as origens, mas expressa como parábola uma confissão de fé em Deus como Criador.5 Sugere-se, assim, que esse relato, destituído de qualquer preocupação científica, se preocupa apenas com o “quem” e o “porquê” da criação, cabendo à ciência investigar o “como”. Na opinião do teólogo evangélico Clark Pinnock, o propósito central do relato “é ensinar certas verdades teológicas subjacentes ao concerto de Deus com Abraão e sua semente”.6

Porém, há notáveis eruditos críticos que afirmam que Gênesis 1 originalmente também tencionou comunicar conhecimento factual ou científico na linguagem da época. Gerhard von Rad, erudito alemão, em seu comentário do livro de Gênesis, sustenta que o autor bíblico tencionou que seu relato fosse entendido literalmente.7 Mais recentemente, Terence Fretheim observou que os escritores bíblicos se utilizaram de conhecimento do mundo natural que lhes era disponível em sua cultura.8 Fretheim declarou que “apesar de alegações em contrário (freqüentemente no interesse de combater o fundamentalismo), estes textos indicam que os pensadores de Israel perseguiram cuidadosamente questões a respeito do como da criação, e não apenas questões de quem e porquê.”9 Note-se que tanto von Rad como Fretheim são eruditos histórico-críticos e que, portanto, não teriam qualquer problema em aceitar uma posição evolucionista a respeito das origens. Mas, ao se defrontarem com o relato da criação em Gênesis, honestamente reconhecem que o autor bíblico tencionou que seu relato fosse entendido literalmente.

Um exame detalhado de alguns aspectos de Gênesis 1 indica a intenção de comunicar informação factual. Por exemplo, os dias da criação contêm várias evidências de que devem ser entendidos literalmente. Com base em argumentos lexicais, semânticos, gramaticais e contextuais, Gerhard Hasel mencionou várias linhas de evidências que corroboram a interpretação literal dos dias da criação.10 O fato de o lapso de tempo indicado por “dia” (yom) em Gênesis 1 ser dividido em tarde e manhã, juntamente com a qualificação desse termo por numeral – o que na Bíblia hebraica indica um dia de 24 horas – implica que o autor bíblico tencionou que seu relato fosse entendido literalmente. Cabe ressaltar também que textos subseqüentes do cânon bíblico presumem a criação em dias literais de 24 horas. As instruções quanto à guarda do sábado em Êxodo 20:9-11; 31:15-17, por exemplo, interpretam os seis dias da criação como seqüenciais, cronológicos e literais.11

Argumentando contra a interpretação factual do relato da criação, alguns estudiosos sugerem que a estrutura literária de Gênesis 1 revela um propósito artístico que excluiría ou, na melhor das hipóteses, reduziría bastante o teor histórico do relato das origens. Tal posicionamento reflete a tendência de alguns estudiosos de tratar a literatura bíblica com ficção. Contudo, cabe notar que nem todos os críticos literários concordam com tal dicotomia.12 Meir Stemberg, por exemplo, nota que “não há universais de formas históricas X ficcionais”13 e reconhece a “determinação da Bíblia em santificar e compelir a crença literal no passado”.14

Feitas estas considerações, pode-se observar alguns aspectos estruturais do relato da criação bem como suas implicações teológicas. Percebe-se que o texto se move do que está mais distante para o que está mais próximo e mais semelhante a Deus (Gn 1:26). Há um movimento das coisas inanimadas para as animadas, da Terra “sem forma e vazia” para o descanso do sábado.15 Reforçando a beleza estrutural do texto, há duas tríades que formam os seis dias da criação. A primeira tríade revela que Deus realiza uma obra de divisão e separação criando os vários espaços e regiões que serão preenchidos na segunda tríade. Três painéis conectam as duas tríades de tal forma que os elementos criados no primeiro dia correspondem aos do quarto dia; o segundo dia ao quinto; e o terceiro ao sexto dia. Cada tríade começa com a luz e termina com uma dupla criação.16 E os três painéis apresentam uma progressão espacial do céu (primeiro e quarto dias) para as águas (segundo e quinto dias), e para a terra (terceiro e sexto dias). Finalmente, a semana conclui com o sétimo dia que, não tendo outro dia que lhe corresponda, permanece distinto dos demais como dia santificado e abençoado para descanso.

SeparaçãoPreenchimento
1. Luz e trevas4. Luminares
2. Firmamento e águas5. Aves e peixes
3. Terra e vegetação6. Animais e seres humanos
7. Sábado

Note-se ainda que a regularidade e a simetria da estrutura literária de Gênesis 1 utilizam uma fórmula padrão que descreve a ação realizada em cada dia, conforme a seguinte tabela elaborada por William Dabid Reybum e Euan McG. Fry.17

Primeiro dia (3-5)
Introdução 3
Comando 3
Execução 3
Avaliação 4
Ação 4
Designação 5
Tempo 5
Segundo dia (6-8)
Introdução 6
Comando 6
Execução 7
Avaliação –
Ação 7 Designação 8
Tempo 8
Terceiro dia (9-13)
Introdução 9
Comando 9,11
Execução 9,11
Avaliação 10,12
Ação 12
Designação 10
Tempo 13
Quarto dia (14-19)
Introdução 14
Comando 14,15
Execução 15
Avaliação 19
Ação 16-18
Designação-
Tempo 19
Quinto dia (20-23)
Introdução 20
Comando 20,22
Execução –
Avaliação 21
Ação 22 Designação –
Tempo 23
Sexto dia (24-31)
Introdução 24,26
Comando 24,26,28,29
Execução 24, 30
Avaliação 25,31
Designação –
Tempo 31

Refletindo sobre a simetria e a beleza poética da narrativa da criação, Richard Davidson declarou: “De acordo com Gênesis 1, a obra de Deus representa nada menos do que um poema divino escrito na estrutura do espaço. Assim como Deus fala em poesia na Escritura, assim no princípio Ele criou em beleza poética.”18

No entanto, é interessante notar que a precisão estrutural do relato não segue uma predeterminação mecanicista.19 Em vários lugares, surgem elementos imprevisíveis que violam a lógica estrutural da narrativa. Em primeiro lugar, nota-se que o texto narra dois tipos de ação. O primeiro tipo apenas declara: “e assim se fez”, ou, “e houve luz”. O segundo tipo é mais extenso e relata alguma ação específica de Deus em fazer, criar ou separar. Esse tipo ocorre em lugar do primeiro ou então simplesmente o complementa.

Em segundo lugar, percebe-se que alguns elementos estão faltando em alguns deles. Apenas o primeiro e o terceiro dia contêm todos os elementos estruturais. O segundo dia não contém avaliação, o quarto dia não contém designação. Execução e designação estão ausentes no quinto dia, sendo que a última também falta no sexto dia. Em terceiro lugar, observando-se as duas tríades, nota-se que a distinção “separação X preenchimento” não é absoluta, pois os vegetais (preenchimento) pertencem à primeira, enquanto os luminares (separação) estão localizados na segunda.

Em quarto lugar, percebe-se uma complexidade adicional no fato de que o relato da criação em seis dias contém oito obras criacionais. Analisando-se a estrutura descritiva de cada uma, chegamos ao seguinte quadro elaborado por Middleton:20 singularidade da obra criadora de Deus. A dimensão estética provê percepções teológicas e artísticas da sinfonia cósmica da criação e do caráter do Criador.

I
Luz
II
Firmamento
III
Terra
IV
Vegetais
V
Luminares
VI
Aves
e peixes
VII
Animais
terrestres
VIII
Humanidade
11111111
24222424
3234a4b242x
4xx33x33x
1 = comando (“haja…”); 2 = execução (“e houve luz”, “e assim se fez”); 3 = avaliação (“e viu Deus que… era boa/bom”); 4 = ação (“e fez separação entre a luz e as trevas”); x = elemento ausente ou deslocado; a, b = variação interna dentro de um elemento padrão.

Percebe-se várias irregularidades nessa estrutura. Enquanto a ordem dos elementos está invertida em alguns casos, em outros, está ausente ou modificada. O relato da quarta obra não registra uma ação de Deus, e sim de uma criatura, a Terra. No nível gramatical, também aparecem algumas variações não predizíveis. Assim, o primeiro dia da criação é qualificado por um numeral cardinal, ao contrário dos outros seis dias. O sexto e o sétimo dias estão acompanhados de artigo (o sexto dia; o sétimo dia). Ademais, a distribuição dos verbos bara’ e ’asah no relato parece ser aleatória.

À medida que se analisa o relato da criação (Gn 1:1 -2:3), percebe-se que uma série de complexidades vai surgindo. Os vários elementos que formam a estrutura narrativa, embora predizíveis em um primeiro nível de leitura, tornam-se mais e mais complexos em seus detalhes, apresentando anomalias não predizíveis. Um exame atento do relato em seus detalhes revela que o universo da predizibilidade newtoniana, aparente na superfície da narrativa, cede lugar a uma percepção mais em consonância com o princípio de indeterminação postulado pela física moderna. Assim, o relato da criação em Gênesis 1 parece refletir um universo dinâmico, em consonância com alguns postulados da nova física.21

O relato formal e estilizado na superfície toma-se complexo e impredizível nos detalhes, em uma combinação que de forma alguma parece depor contra sua factualidade. Longe de ser contraditórias, as dimensões estéticas e as complexidades de Gênesis 1 se combinam para reforçar e enriquecer o relato da criação, sugerindo a factualidade e Ao mesmo tempo, as complexidades do relato sugerem sua historicidade e fundamentam as percepções estéticas e teológicas no chão da realidade. Um relato ficcional não teria legitimidade para nos informar de onde viemos, nem autoridade para determinar que rumo devemos seguir, e carecería de credibilidade para revelar para onde vamos.

Implicações teológicas

Para extrair as implicações teológicas de uma interpretação simbólica de Gênesis 1 para a teologia adventista, escolhemos como amostragem os seguintes tópicos ou temas doutrinários: matrimônio, sábado, salvação e escatologia. Sugerimos que as conclusões a respeito desses tópicos se aplicam a outros aspectos da teologia adventista, inclusive às vinte e oito crenças fundamentais.

Matrimônio. A visão bíblico-cristã da união matrimonial monogâmica heterossexual, permanente e exclusiva é apoiada na historicidade de Gênesis 1 e 2. Em confronto com os fariseus, Jesus declarou: “Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio” (Mt 19:8). Ao fundamentar seu argumento de que a permanência da união matrimonial remontava ao “princípio”, Jesus remete Seus interlocutores ao relato das origens e, ao mesmo tempo, presume a confiabilidade histórica desse relato. Uma interpretação não factual de Gênesis 1 e 2 destrói o argumento de Jesus e abre as portas para uma visão re-lativista do casamento.22

Sábado. O mandamento do sábado ancora-se na realidade de uma criação em sete dias literais. Renunciando-se a interpretação literal de Gênesis 2:1-3, desaparece a motivação para guardar o sábado, expressa em Êxodo 20:9-11. Como afirmou Richard Davidson, “a criação provê o supremo fundamento para a observância universal e eterna do sábado em nosso planeta. O sábado é um memorial da criação e o seu significado está ligado à criação”.23

Entender o primeiro capítulo da Bíblia como relato factual é a única opção viável

Porém, não é somente a legitimidade do quarto mandamento que deriva da ordem da criação. Os demais mandamentos da lei de Deus com suas demandas morais e éticas se fundamentam no fato de que Deus é o Criador e de que o ser humano foi criado à Sua imagem e semelhança. Se o mundo veio à existência mediante um processo evolutivo que levou milhões ou bilhões de anos, des-morona-se o fundamento bíblico para a santificação do sétimo dia da semana.

Assim, não seria mais possível recorrer à Gênesis 2:1-3 para sustentar a importância do sábado com base na ordem da criação. O sábado e os outros mandamentos se tomam mero produto de convenções religiosas e sociais, apoiadas não mais pela autoridade da revelação divina, mas pela tradição e conveniência humanas.

Salvação. A doutrina bíblica da salvação pressupõe a queda do ser humano em pecado e a conseqüente entrada da morte nas esferas da criação. O plano de salvação consiste na obra de Deus em restaurar e redimir os seres humanos e a natureza à Sua condição original, culminando na erradicação da morte. Tal visão do plano de Deus é coerente com o relato de Gênesis, que retrata o mundo originalmente isento de morte, tanto de animais como de seres humanos. Note-se que a alimentação provida aos animais e seres humanos era vegetariana, indicando com isso que até mesmo o reino animal estava livre da morte. A intenção divina revelada nas Escrituras é a restauração dessa condição original.

Em contraste, o criacionismo progressivo e o evolucionismo teísta adotam a pressuposição de que a morte – de criaturas inferiores ou seres humanos – é parte do processo mediante o qual Deus, ou uma inteligência superior, trouxe o mundo à existência. Não é difícil notar o impacto dessa visão sobre a doutrina bíblica da salvação e da redenção. Se a morte é o instrumento para os processos evolutivos empregados por Deus, é difícil entender como Paulo pôde declarar que a morte é o último inimigo a ser destruído (1Co 15:16). Como disse Baldwin, “se a morte existiu antes de Adão, então Cristo, em última instância, não redime ninguém de um destino que não era um aspecto da vida antes do pecado de Adão”.24

Escatologia. A escatologia retratada nas Escrituras sustenta que Jesus voltará em breve para buscar os salvos, e Deus vai recriar a Terra para ser a eterna morada dos remidos, em uma condição em que pecado e morte não mais existirão. A primeira criação fornece a linguagem e a base teológica para a certeza de uma nova criação, como indicado pelos paralelos entre, por exemplo, Gn 1, 2 e Ap 21, 22. Diante disso, se poderia inquirir como uma visão evolucionista explicaria a nova criação. Se foram necessários bilhões de anos para produzir a primeira criação, que segundo alguns ainda está em evolução, de quantos bilhões de anos Deus necessitará para criar os novos céus e a nova Terra? É difícil imaginar como a segunda vinda de Cristo poderia se enquadrar numa cosmovisão evolucionista.

Única opção viável

Com base nessas considerações, concluímos que o autor bíblico tencionou que seu relato fosse entendido como descrição real, factual e histórica das origens, no que foi seguido pelos demais escritores bíblicos, os quais, quando citaram ou aludiram ao relato da criação, presumiram uma interpretação literal de tal relato. Sendo assim, interpretações que não sejam histórico-factuais dos dois primeiros capítulos da Bíblia exigiriam, por questão de consistência, uma reinterpretação de doutrinas fundamentais do cristianismo e, por conseguinte, da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Como foi exemplificado, o casamento, o sábado, a salvação e a escatologia perderiam sua legitimidade bíblica.

Do ponto de vista deste artigo, há somente duas alternativas mutuamente exclusivas: aceitação do relato da criação conforme sua intenção original, como revelação factual, história de algo que ocorreu como está escrito, assim como aceito por Jesus e os demais escritores bíblicos. Ou se descarta a factualidade da narrativa da criação e, a exemplo das denominações e eruditos bíblicos liberais, mergulha-se num mar de relativismo. Considerando-se que aquilo que se faz com o primeiro capítulo da Bíblia determina o que será feito com o restante dela, para a teologia adventista, a única opção viável é entender Gênesis 1 como Jesus e os apóstolos o fizeram.

Referências:

  • 1 Marvin L. Goodman, Grace Journal 14:1 (1973), p. 25-38.
  • 2 Criacionismo progressivo é uma teoria segundo a qual Deus criou começando de novo muitas vezes e em intervalos amplamente separados. Ver Hollis D. Tidmore, Faith and Missions 17, n° 3 (2000), p. 79.
  • 3 “O evolucionismo teísta ensina que enquanto as várias espécies surgiram através de um processo evolutivo, Deus supervisionou o desenvolvimento da vida” – Stanley Grenz, David Guretzki and Cherith Fee Nordling, Pocket Dictionary of Theological Terms (Downers Grove, II: InterVarsity Press, 1999), p. 112.
  • 4 L. James Gibson, Origins 25:2 (1998), p. 51-54.
  • 5 John C. L. Gibson, Genesis: Volume 1 (Louisville: Westminster John Knox Press, 1981), 5ss.
  • 6Clark H. Pinnock, Interpretation 43, n° 2 (1989), p. 148.
  • 7 Gerhard von Rad, Genesis: A Commentary (Philadelphia: Westminster Press, 1972), p. 65.
  • 8 Terence E. Fretheim, God and World in the Old Testament: A Relational Theology of Creation (Abingdon Press, 2005), p, 27.
  • 9 Ibid., 28.
  • 10 Gerhard F. Hasel, Origins 21, n° 1 (1994), v. 5, p. 38.
  • 11 Ibid.
  • 12 Grant R. Osbome, The Hermeneutical Spiral: A Comprehensive Introduction to Biblical Interpretation (Downers Grove, II: InterVarsity, 2006), p. 200.
  • 13 Meir Stemberg, The Poetics of Biblical Narrative (Blomington, IN: Indiana University Press, 1987), p. 30.
  • 14 Ibid., p. 32.
  • 15 Clark H. Pinnock, Op. Cit., p. 149.
  • 16 Thomas Whitelaw, The Pulpit Commentary: Genesis (Bellingham, WA: Logos Research Systems, 2004), p. 9.
  • 17 A Handbook on Genesis (Nova York: United Bible Societies, 1997), p. 26.
  • 18 Richard M. Davidson, A Love Song for the Sabbath (Hagerstown MD: Review and Herald Publishing Association, 1998), p. 26.
  • 19 J. Richard Middleton, Sacred Text, Secular Times: The Hebrew Bible ins the Modem World (Omaha, NE: Creighton University Press, 2000), p. 47-85.
  • 20 Ibid., p. 68.
  • 21 William E. Brown, Joumal of the Evangelical Theological Society 33 (1990), v. 33, p. 477-487.
  • 22 John T. Baldwin, Origins 18, n° 2 (1991), p. 53-65.
  • 23 Richard M. Davidson, Op. Cit., p. 46.
  • 24 John T. Baldwin, Op. Cit.