Um ministério local no próximo século somente será completo na medida em que imite o ministério de relacionamentos múltiplos, desenvolvido pela Igreja primitiva, segundo descrito no segundo capítulo do livro de Atos.
Refletir no quádruplo ministério ali mencionado implica estarmos dispostos a experimentar quatro movimentos na vida da igreja local. O primeiro movimento vai da familiaridade à reverência relacionada com Deus. O segundo parte do conhecimento intelectual ao conhecimento com reação afetiva, ou nutrição espiritual. O terceiro movimento vai do individualismo ao companheirismo na comunidade. Finalmente, o quarto movimento é uma espécie de síntese, ou uma conjugação dos elementos anteriores, direcionados ao cumprimento da missão.
Este artigo foi elaborado tendo em mente um pastor e uma congregação locais. Tentaremos fazer uma apresentação sobre como esses ministérios podem operar de forma integrada, oferecendo, em seguida, algumas sugestões práticas.
Da familiaridade à reverência
“Em cada alma havia temor” (Atos 2:43). Temor no sentido de reverência era uma característica marcante dos primeiros cristãos. Precisamos melhorar nesse aspecto, porque temos demonstrado um certo excesso de familiaridade em relação a Deus. Comumente falamos dEle, na pregação e na música, por exemplo, como se fosse um leão velho, doente, inofensivo, que já foi terrivelmente feroz no passado, mas que agora não oferece perigo. Pode-se até pensar em cavalgar com ele, extrair seus dentes, de modo a não estraçalhar ninguém. Porém, o melhor seria ter cuidado, ficar atentos, pois o Deus sonolento pode despertar, sentir-Se ofendido e expulsar-nos para um lugar sem retorno.
Existe uma grave responsabilidade pastoral quanto à atitude de reverência e adoração. Se existe um símbolo do que é sagrado diante da vista e da percepção de uma congregação, esse símbolo é a figura do pastor. É uma tentação chegar a ser “adorado”. Contudo, o que Deus pede é que seja rechaçada tal atitude, e declarada nossa humanidade, que não é outra coisa senão nossa necessidade de Deus (atos 10:25). Respeitar o pastor é uma coisa, idolatrá-lo é outra muito diferente.
Necessitamos sentir um santo constrangimento diante de Deus. Poderia ser o caso de morrer em nossas orações? Não por causa de alguma anormalidade física, mas porque Deus a ouviu e veio estar conosco face a face?
De acordo com a Bíblia, as pessoas que viram a Deus face a face nunca mais foram as mesmas, a partir de então. E nós, aparentemente temos reduzido a qualidade de nossa reverência e adoração, nos dias atuais. Estamos falando do amor de Deus como se fosse uma almofada suave, quando na verdade trata-se de um fogo consumidor. O amor em ação é uma coisa diferente do amor em sonhos.
A expressão bíblica “temer a Deus” não é de fácil tradução e compreensão. Contudo, o significado da frase e seu aspecto dramático pode ser percebido mediante relatos como o de Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Uma leitura desse relato é suficiente para concluir que Deus não é um leão velho, cansado e doente, mas um Deus poderoso e zeloso que requer nosso amor e obediência em amizade, sem irreverente familiaridade. Devemos experimentar uma transição na manifestação de nossa reverência e de nossa adoração: de Cristo o Salvador, para Cristo o Senhor.
A operação dessa dinâmica pode ser aprendida e ensinada mediante a Bíblia. O relato de Atos 8:26-40 nos informa que o etíope voltava de Jerusalém, onde foi adorar, sem entender as Escrituras que com singular empenho continuava lendo. É possível para muitos adoradores contemporâneos que a Bíblia e sua mensagem também continuem sendo ininteligíveis.
Na adoração, expressamos a Deus nosso reconhecimento a Sua infinita glória e dignidade. A reverência nos eleva até o Altíssimo e facilita nosso relacionamento com Ele. Quando na verdade adoramos e reverenciamos a Deus, estamos em condições de partilhar um conhecimento de primeira mão.
Atos 2 nos ensina a ser reverentes e isso está intimamente relacionado com outra atitude: perseverar na doutrina, alimentar espiritualmente o rebanho mediante a Palavra de Deus.
Do intelectual para o afetivo
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2:42).
O pastor tem como uma de suas mais importantes funções o alimentar o rebanho com a Palavra de Deus. E uma das mais poderosas ferramentas de que dispõe para isso é a pregação, muito relevante para esse propósito, em virtude de que um aspecto de sua natureza é o ensino.
O único pregador digno de ser ouvido é aquele que está envolvido com um santo entusiasmo pelo que diz. O primeiro passo na pregação é viver o conteúdo do que se proclama. Sem negar a importância do conhecimento bíblico e do conhecimento teológico, esses por si mesmos não são suficientes na pregação efetiva. Sempre foi assim, e parece ser mais importante hoje, em nossa era saturada de informações. Na verdade, o conhecimento pode chegar a ser apenas outra adição. O povo está buscando algo com poder, que lhe sustente a vida. E sabe que o encontrou quando o escuta, como uma voz real, não simplesmente como a que é ouvida ao telefone.
Por isso, o pregador deve falar com o coração, com o mesmo sentimento com que expressa congratulações a alguém, ou faz uma oração junto ao leito de dor. Não se trata de dramatização, muito menos gestos delicados. É dizer algo que é realmente importante para si mesmo e para os ouvintes. O preço de tal pregação efetiva é avaliado pelas muitas horas de sono e preocupação. Colocar em ordem um sermão desse tipo significa mais que intenso trabalho físico.
O melhor que podemos fazer nesse sentido é nos rendermos a Deus e transmitir a outros o resultado dessa experiência. É imprescindível não mentir. Causamos grande prejuízo às pessoas quando lhes dizemos que as coisas são mais fáceis do que realmente são. Elas até gostariam de acreditar nisso, mas têm experiência própria. O resultado é que aprenderão a manter-se separadas de nós pelo resto da vida.
As pessoas ouvem com o intelecto nossas doces palavras, sábado pela manhã, e, no dia seguinte, voltam ao trabalho e para o dia-a-dia, tratando de sobreviver o melhor que podem. O sermão precisa iluminar a sua vida; por isso, quanto mais dissermos a verdade sobre a experiência humana, do ponto de vista bíblico, melhor será. Conhecimento, afetividade e entusiasmo são palavras-chaves para recuperar as conexões entre todos (com Deus, conosco, com os membros, etc.).
Estamos falando de uma pregação que vem do interior, do coração, tanto como da mente, que descreve a vida de maneira que os ouvintes possam reconhecê-la. Se não podem confiar em nós quando falamos sobre as coisas da Terra, como nos crerão quando lhes falarmos das coisas celestiais?
Não há dúvida sobre o conteúdo afetivo de Atos 2. um exemplo que só pode ser imitado ou reproduzido com afeto. O cristianismo de Cristo não é apenas conhecimento. mas também emoções. De outra maneira, não é possível amar a Deus e ao próximo. No milênio que se aproxima, o mero conhecimento intelectual acerca de Deus poderá não ser tão convincente na pregação, mas o conhecimento com reação afetiva, sim, dará resultados compensadores.
Além disso, a nutrição espiritual deve ser dosada. Ellen White, entre outros conselhos, escreveu que “discursos compridos são exaustivos para o orador e exaustivos para os ouvintes que têm de ficar sentados tanto tempo. A metade da matéria apresentada seria de maior benefício para o ouvinte… O que é apresentado na primeira meia hora tem maior valor…” –Testemunhos para Ministros, pág. 256. Ela ainda acrescentou que pregar pouco facilita a obra do Espírito Santo, e criará nos ouvintes o desejo de voltar para ouvir mais de Deus (págs. 257 e 258).
Quando a igreja adora em santa reverência e é alimentada mediante uma pregação entusiasta, criam-se as condições para um saudável companheirismo na congregação. Enquanto com a perseverança na doutrina nutrimos as relações com Deus e com o próximo, é no companheirismo onde a igreja funciona como um corpo. Exercita-se o amor e a unidade, incluindo a edificação, a preocupação mútua.
Do individualismo ao companheirismo
“Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração.” (Atos 2:44-46).
Muito freqüentemente nosso ministério e nossa pregação refletem um modo de tratar a congregação como uma coleção de indivíduos. Como resultado, nos dirigimos a condutas individuais, fé individual, temores individuais. Supomos que esse tratamento seja um esforço para conseguir o sentido de que “falamos diretamente” à pessoa. Assim, o membro recebe o alimento espiritual na igreja e vai enfrentar o mundo que é competitivo e fraturado. O mundo é assim porque está baseado em princípios atomísticos, que tratam as pessoas como máquinas. No mundo atomístico nada é maior ou menor que a soma de suas partes.
A igreja conhece outra realidade, na qual um mais um é o começo de algo que está além de todo cálculo e que a unidade de construção do Universo não é outra senão “onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome…”. Então, nossa principal ocupação com o próximo século deveria ser o relacionamento, uma experiência que não estanca a comunhão do indivíduo com Deus. Nossas boas-novas são que Deus nos relacionou uns com os outros mediante Sua Palavra e mediante um ato de amor que tem infinitas conseqüências, incluindo o cumprimento da missão.
Somos um corpo, quer atuemos como tal ou não. Pertencemos a uma rede que se prolonga através do Universo, unindo-nos a tudo o que é visto e não visto. Meu verdadeiro nome não é “eu”, mas “nós”. Só existe um “Eu” no Universo – o grande Eu Sou -, que conforme acreditamos forma uma Trindade. Se essa doutrina somente nos ensinasse que Deus vive em relacionamento, já seria suficiente. De fato, a Trindade é o exemplo maior da Igreja cristã para a experiência da unidade na diversidade.
Essa mudança de perspectiva deve acontecer primeiro na mente do pastor, que precisa ver a personalidade da congregação como algo mais que simplesmente personalidades na congregação. Isso pode ocorrer mediante um processo formal chamado análise congregacional. Também pode acontecer através de observações informais. Podemos perguntar aos novos assistentes sobre a primeira impressão que tiveram, ou observar se os líderes trabalham em equipe ou não.
Baseados em tais observações, podemos reforçar a atitude de oferecer à congregação imagens de si mesma na comunidade, não como uma coleção de indivíduos, mas um corpo com uma palavra a dizer e um trabalho a realizar. Ellen White escreveu que “embora seja uma verdade que o Senhor guia os indivíduos, é também verdade que Ele está conduzindo o povo, e não alguns indivíduos separados aqui e acolá.” – Testemunhos para Ministros. pág. 488.
É possível aprofundar o sentido comunitário de uma congregação mediante a narração de experiências vividas por outros grupos, não apenas étnicos religiosos ou socioeconômicos, mas também as comunidades vivas e vizinhas. Qual a última vez em que você pregou um sermão que envolvesse as comunidades científica, de negócios ou de arte? A linguagem desses grupos pode ser diferente da nossa, mas Deus está ocupado com todos eles. Não é estranho que a Igreja Adventista faça um trabalho em favor de deficientes físicos, militares, árabes, judeus e outros grupos. Deus está fazendo conexões com todas as comunidades e, de maneira significativa, unindo-as à Igreja, ainda que ela não esteja totalmente preparada. Deus realiza as conexões entre o que elas fazem e o que nós fazemos, de maneira a dirigir-nos para um sentido de plenitude.
Na experiência de adoração e reverência, nos relacionamos com Deus. Mediante a doutrina, alimentamos essa relação. Com o companheirismo, nos relacionamos com nós mesmos e com o próximo. Mas é na missão onde estendemos esses relacionamentos aos não alcançados.
Tudo pela missão
“… Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2:47).
Por que Lucas deixou esse aspecto para o final da seção, neste capítulo? Parece que o arranjo literário está a serviço de uma intencionalidade teológica. Existem várias possibilidades: primeira, este quarto aspecto pode ser conseqüência natural dos três anteriores, que seriam pré-requisitos ou condições. Segunda, Atos 2:42-47 poderia estar nos revelando que os três primeiros ministérios não existem em função do quarto, mas cada um deles age em sua esfera, e existe em seus próprios méritos ou, melhor dito, numa moldura estabelecida por Deus.
O capítulo 2 do livro de Atos diz o que fazer e como fazê-lo. Propõe uma seqüência, uma progressão, uma unidade indivisível de ministérios na Igreja. Aparentemente, Deus nos orienta a realizar por instrução divina o que estamos fazendo por intuição, sensibilizados pelas necessidades concretas das pessoas.
“Acrescentava-lhes o Senhor…” é uma afirmação que sempre suscita interrogações. Por exemplo, em que base Deus promove o crescimento da Igreja? Temos dado muitas respostas, tantas como os métodos de evangelização criados. Mas seria isso apenas uma questão de métodos? Ou seria mais uma questão de quatro ministérios interagindo numa determinada congregação? Parece que a resposta correta encontra-se no próprio contexto. Quando Deus é reverenciado e adorado; quando o rebanho é alimentado; quando o próximo é atendido, a avaliação divina será positiva, e, Conseqüentemente, Ele acrescentará pessoas.
Em Atos 2, Deus parece dizer-nos que a Igreja não existe apenas para os que estão convencidos e convertidos. Ele espera muito mais. Os quatro ministérios também estão a serviço do evangelismo, isto é, devem conquistar pessoas para Cristo, levar pecadores aos pés de Cristo e à comunhão com os santos na comunidade cristã.
“Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia…”. Significa isso um templo aberto diariamente para ministrar à comunidade? É possível. E mais ainda, creio que é factível. Um presidente de Campo, em meados dos anos 80, acabou não sendo reeleito para a função. Em algumas culturas, isso poderia representar “castigo”, “fim de carreira”, etc. Mas ele resolveu ministrar à comunidade cada dia da semana. Assumindo um distrito, decidiu torná-lo um modelo de ministério cristão. Alguns outros pastores iam ao seu encontro, mensalmente, para ter reuniões de aprendizado e inspiração. E podiam observar muito dinamismo, entusiasmo e vida; pessoas entrando e saindo do templo, assistindo a cursos bíblicos, conferências e recebendo estudos pessoais. E batizando-se no final do ano. Não se tratava de vida coletiva como a de uma colméia. Era vida social, companheirismo, amor cristão. Era o cumprimento de Atos 2 e, de passagem, um melhor resultado entre o custo de construção de um templo e seu benefício.
Está evidente em toda a Bíblia e em cada um de seus personagens: não se pode procurar um atalho no relacionamento com Deus, para se chegar rapidamente a realizar alguma coisa. É impossível ignorar o caminho da santificação, do relacionamento com Deus, e pretender-se cumprir a missão.
À página 52 do livro Obreiros Evangélicos está escrito que “no meio de uma vida de ativo labor, Enoque manteve constantemente sua comunhão com Deus. Quanto maiores e prementes eram seus labores, tanto mais constantes e ferventes eram suas orações”. Quanto mais trabalho realizava, mais sólida comunhão com Deus Enoque procurava manter. Isso parece razoável, mas a certa altura ele parecia prejudicar seu ministério, ao afastar-se das pessoas para um lugar separado. Enoque sabia que o caminho da relação com Deus estava ali para ser transitado.
Como podemos medir a atitude de Enoque? Ninguém duvida que Sua vida foi marcante. Tanto é assim que ainda hoje falamos a seu respeito. Enoque andou com Deus. Quando isso é ignorado, é comum que o objetivo seja alcançar certo tamanho geográfico do Campo ou crescimento quantitativo da igreja local. Atos 2 nos fala, antes, da qualidade de amor a Deus e ao próximo (pecadores arrependidos ou impenitentes). Depois, as conseqüências são inevitáveis.
Para refletir
O que parece evidente é que os quatro ministérios existem em seus próprios direitos, nenhum sendo mais importante que o outro.
Atos 2 apresenta a relação de causa e efeito. Aparentemente os três últimos ministérios dependem de uma atitude de adoração e santa reverência a Deus. Um pastor não pode, à luz do capítulo, engolir a pílula do conformismo e dizer: “não sou bom pregador nem bom professor; minha área é o aconselhamento e a construção de templos.” Embora cada indivíduo seja mais forte em determinadas áreas do que em outras, cada pastor pode começar e sustentar seu ministério centralizado em Deus. Especificamente, com a Bíblia na mão, na mente e no coração. Todo aquele que recebe um salário proveniente do santo dízimo tem o privilégio e o tempo necessários de ler, estudar e meditar sobre a Bíblia. Essa não é uma opção na Igreja, mas um imperativo divino. Uma visão inteiramente nova de Deus trará em sua esteira uma nova visão de companheirismo, nutrição espiritual e missão.
Conseqüentemente, o próximo século demandará dos pastores e administradores eclesiásticos uma visão integral do ministério, e dos quatro principais ramos de atividades de uma congregação, anteriormente expostos. Requer-se um equilíbrio individual e corporativo. Nesse contesto, Atos 2 também parece prover uma medida de avaliação na Igreja em geral. Uma avaliação não para julgar pessoas, mas para descobrir como melhorar nossa adoração e nosso serviço prestado a Deus.
A obra da pregação será terminada no mesmo poder que foi iniciada. Surgirão novos métodos de trabalho que devem ser apoiados. Entretanto, devem permanecer inalterados os quatro princípios que caracterizam o ministério de uma congregação, conforme vimos. Atos 2 provê um caminho para relacionar uma igreja local com o grande princípio da comissão de Mateus 28:18-20.
Aparentemente as pessoas não estão buscando uma instituição à qual unir-se, tampouco uma religião tradicional. Elas parecem buscar uma religião de coração. E Atos 2 nos apresenta esse tipo de religião, fundamentada em relacionamentos: relação com Deus, com o próximo, com a Palavra e com os pecadores. Isso requer uma congregação preocupada não apenas com sua identidade e suas tradições, mas também com as necessidades das pessoas as quais pretende alcançar com o evangelho. Os quatro serviços expostos no segundo capítulo do livro de Atos formam um corpo sensível a essas necessidades.
A aplicação dos princípios ali enunciados é algo extremamente necessário para um ministério efetivo no próximo século. Se você está ministrando com poder e numa igreja viva, produtiva, sem problemas, não precisa levar muito a sério este artigo. Contudo, se crê que algumas de suas congregações necessitam de alguma dose de reavivamento e maior produtividade, deve concordar comigo no sentido de que a Igreja de Atos 2 é um ideal que, pela graça de Deus, pode ser alcançado.
O grande desafio é como podemos aplicar os quatro ministérios ao mesmo tempo. O relato não transmite a impressão de que fossem aplicados um por um, cada ano. Não havia ênfase unilateral num ou noutro. Simplesmente eles traduziam o estilo de vida diário da Igreja primitiva. Um estilo que não foi colocado em prática como resultado ou resposta a um voto da Comissão Administrativa. É evidente que a aplicação simultânea desses princípios requer habilidades de liderança e de caráter administrativo.
Falar em colocar em prática um dos ministérios, isoladamente, é colocar em perigo os outros três e a saúde eclesiástica. Podemos pensar analogamente nesses princípios, baseados em Tiago 2:10 que afirma ser o desobediente a um dos mandamentos culpado da desobediência de toda a Lei.
Aplicar Atos 2 a nosso ministério significa seguir o modelo deixado por Cristo. Em João 15:1, encontramos o relacionamento com Deus. Nos versos 4 e 5, temos a permanência nEle. Nos versos 12-14, encontramos o companheirismo em Cristo. E, finalmente, no verso 27, achamos o testemunho e a missão do cristão. Atos 2 é o cumprimento e o desenvolvimento ampliados de João 15. As duas passagens são o desenho divino para a pregação do evangelho e a terminação da Obra de Deus na Terra.