Espalhada por todo o mundo, tendo como símbolos os instrumentos de arquitetos e pedreiros, a maçonaria é uma sociedade secreta e filantrópica, cuja origem é incerta e muito discutida. Muitos costumam fazê-la derivar dos tempos bíblicos e, mais especificamente, de Hirão, arquiteto do templo de Salomão, e que teria classificado seus operários em aprendizes, companheiros e mestres.
Há os que relacionam a origem da maçonaria aos essênios, caldeus, pitagóricos, ou às corporações operárias criadas por Numa, em 75 a.C. No entanto, apesar da tendência comum para o misticismo e para certas manifestações simbólicas, não há fatos que permitam ligar mais solidamente a origem da maçonaria a qualquer dessas raízes.
Atualmente, a maçonaria é de tal forma dividida, que não existe um padrão maçom que possa ser aplicado a todas as suas divisões. Muitas vezes, o conceito de maçonaria dependerá do país no qual é praticada.
Como antecedentes das lojas maçônicas, são indicadas as associações medievais de pedreiros que construíram as catedrais. O fato de que esses pedreiros mantinham em segredo certos conhecimentos profissionais, explica a existência dos segredos maçônicos, que desde o século XVIII tinham apenas valor simbólico. Alguns desses símbolos (martelo, colherão, avental) ainda lembram a origem profissional da instituição, assim como a designação de Deus como supremo arquiteto do Universo.
Atualmente, a maçonaria está muito dividida. Muitas vezes, o conceito de maçonaria dependerá do país no qual ela é praticada.
A partir do século XVII, as associações de pedreiros livres na Inglaterra, perderam o caráter profissional, admitindo como membros honorários pessoas da nobreza, do clero anglicano, jurisconsultos e outros profissionais liberais, que logo chegaram a constituir a maioria dos membros. O livro da constituição maçônica de 1723 refletia o espírito do século XVIII: tolerância religiosa, fé no progresso da humanidade e fé em Deus; certo racionalismo excludente das formas exteriores da religião organizada como igreja; e aversão contra o sacerdócio oficial e contra a fé em milagres.
Essa organização social dos pedreiros livres deu origem, logo a seguir, a cerca de 1.700 lojas ou oficinas, como são chamados os locais de reunião. Em 1730, os ingleses introduziram as lojas nos Esta-dos Unidos, país no qual encontra-se o maior número de maçons do mundo.
Existe uma grande polêmica sobre o fato de ser a maçonaria uma religião ou uma sociedade. Grande parte de seus adeptos afirma que não se trata de uma religião, mas uma sociedade que aceita homens de qualquer credo religioso.
Lembrando o conceito de religião como “a vida do homem nas suas relações sobrenaturais, isto é, a vida do homem em relação ao Poder que o criou, à autoridade suprema acima dele, e ao Ser invisível com quem o homem é capaz de ter comunhão”; e sociedade como uma associação de pessoas com interesses comuns, fundamentada em uma explicação da realidade aceita por todos, podemos conceituar a maçonaria como as duas coisas. É uma religião, porque se preocupa com a busca, por parte do homem, por uma ligação maior com o sobrenatural através de ritos místicos. É sociedade, porque todos os seus membros possuem interesses comuns, dentre os quais o aperfeiçoamento humano. Não é uma igreja. No entanto, em seu aspecto religioso, é inegável que se trata de um culto. Sua filosofia religiosa é semelhante ao deísmo inglês do início do século XVIII.
Seus membros a consideram uma instituição soberana, e a obra mais perfeita que o homem já realizou. Todas as suas cerimônias possuem um fundo místico, dando muita ênfase ao espiritismo e suas doutrinas. A maçonaria está intimamente ligada ao espiritismo, pois só admite membros crentes na existência de um Ser superior, e na idéia de que a vida não cessa após a morte, continuando em outra dimensão. Noutras palavras, a imortalidade da alma.
Para seus adeptos, a maçonaria é uma instituição soberana, a obra mais perfeita que o homem já realizou.
É pensamento de alguns autores maçons que os ensinamentos de Jesus são semelhantes aos da maçonaria. E vão mais além, afirmando que Jesus foi um membro da sociedade maçônica, e que Ele foi iniciado entre os essênios, no período entre os seus doze anos, quando já discutia entre os doutores, e os 30, quando iniciou Seu ministério público. Afirmam ser daí, a origem dos “profundos conhecimentos esotéricos” de Cristo. Quando se referem a Deus, os maçons O chamam de “O grande arquiteto do Universo”, e o culto a Ele baseia-se na prática de boas obras.
Por ocasião de uma “festa branca”, encontro aberto à participação de familiares e amigos dos maçons, um grão-mestre afirmou que “a maçonaria e o esoterismo andam de mãos dadas, lutando e se preparando juntos para assim entrarem na Era de Aquário, a Nova Era aguardada por to-dos”. Outro adepto, indagado sobre a relação da maçonaria e o Movimento Nova Era, disse que não há diferença entre os dois fenômenos, estando ambos tão ligados que é possível afirmar que a maçonaria é Nova Era.
Humberto Rohdes, citado na revista maçônica Fraternidade, jan./fev. 1988, garante que “não existe ser algum que tantos nomes tenha como o Grande Ser. Um Ser inominável, mas onisciente, onipotente e onipresente. Os homens, em realidade, dão-Lhe os nomes mais diversos, como: Deus, Divus, Zeus (um Ser luminoso); God, Golt, Gut (um Ser bom); Alah (o Senhor dos senhores, o Chefe); Brahman (O Ser ilimitado): Jeová (o Ser)”.
Essa declaração traz à lembrança o fato de que o Movimento Nova Era afirma que Cristo não é o nome de um indivíduo, mas de um ofício na hierarquia dos mestres ocultos. Os judeus, por exemplo, até hoje esperam o seu Messias; os muçulmanos ainda aguardam o seu Imãn Majdi; os budistas esperam com ansiedade o quinto Buda; os hindus têm esperança de ver retornar o Krishna; e os cristãos esperam o advento de Jesus Cristo.
Os esotéricos conhecem todos esses personagens, e muitos outros, como um único ser, o mestre universal, a suprema cabeça da hierarquia espiritual dos mestres, e aguardam o seu retorno, na Era de Aquário.
A maçonaria está envolta em muitos segredos. Eles são “a significação profunda de seus símbolos. São os sinais figurativos e as palavras que compõem o linguajar maçônico, para comunicação a uma distância maior e para reconhecimento dos maçons, não importando o idioma que falem”. (O Grau de Aprendiz. Maçom, pág. 21).
“Os segredos maçônicos constam de símbolos, alegorias, ritos, cerimônias, sinais de identificação, doutrinas filosóficas ou dogmas religiosos que já foram ocasionalmente revelados. O maior segredo do qual o neófito toma conhecimento ao penetrar na maçonaria, é o fato de saber que, na realidade, a coisa não é nada daquilo que pensava.” (Religiões, Seitas e Heresias, pág. 113).
Esses segredos, de um modo geral, são ritos, dogmas e mistérios tirados do judaísmo, do misticismo babilônico e egípcio, que tornam a instituição semelhante às sociedades espiritualistas.
Uma das qualificações que a maçonaria espera de um candidato à iniciação é que este tenha a capacidade de guardar segredos, “de conservar sob severos cuidados as jóias que lhe são confiadas”. Afirmam os maçons que o homem comum, o profano (todos os que não fazem parte da sociedade maçônica), sem imaginação ou aspiração, não pode compreender tudo aquilo que é oferecido ao longo da vida de um maçom, e que não está capacitado a aprender as verdades ocultas em cada ensinamento.
Desfazer as imagens construídas em torno da maçonaria, é uma coisa que não preocupa os que dela fazem parte. Agrada-lhes serem vistos como pessoas diferentes, que até causam certo medo aos “profanos”.
Diante do que foi exposto até aqui, é possível afirmar, sem a menor hesitação, que o melhor caminho para um cristão é distanciar-se da maçonaria.
A esse respeito, são bastante oportunas as seguintes declarações de Ellen White:
“A recomendação do Senhor, ‘Não vos prendais a um jugo desigual com infiéis’, não se refere apenas ao casamento dos cristãos com os infiéis, mas a todas as alianças em que as partes são postas em íntima associação, e na qual é necessário harmonia de espírito e de oração. …
“Pessoas há que indagam se é direito cristãos pertencerem aos maçons e outras sociedades secretas. … Se somos cristãos na verdade, cumpre-nos sê-lo em toda parte, e é preciso considerar e atender o conselho dado para tomar-nos cristãos segundo a norma da Palavra de Deus. …
Agrada aos maçons, o serem vistos como pessoas diferentes, que até causam certo medo aos “profanos”.
“Em vossa ligação com as sociedades mundanas, estais vós guardando vosso concerto com Deus? Tendem acaso essas associações a encaminhar vosso espírito ou o dos outros, para Deus, ou estão elas desviando dEle o interesse e a atenção? Revigoram elas vossos laços com os instrumentos divinos, ou voltam-vos o espírito para o humano em lugar do divino?
“Ao passo que talvez haja nessas sociedades muita coisa que pareça boa, há, de mistura com isto, muito que anula o efeito do bem, e toma essas sociedades prejudiciais aos interesses da alma.
“Aqueles que se acham sob a ensangüentada bandeira do Príncipe Emanuel, não se podem unir aos maçons, ou com qualquer organização secreta. O selo do Deus vivo não será posto sobre ninguém que mantenha tal ligação depois de a luz da verdade haver-lhe iluminado o caminho. Cristo não está dividido, e os cristãos não podem servir a Deus e a Mamon. Diz o Senhor: ‘Saí do meio deles e apartai-vos, … e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso.
“O mundo é um teatro; os atores, seus habitantes, estão-se preparando para fazer sua parte no último grande drama. Entre as grandes massas da humanidade não há união, a não ser quando os homens se aliam para realizar seus propósitos egoístas. Deus está observando. Seus propósitos a respeito de Seus súditos rebeldes se cumprirão. O mundo não foi entregue às mãos dos homens, embora Deus esteja permitindo que os elementos de confusão e desordem dominem por algum tempo. Um poder de baixo está operando para desenvolver as últimas grandes cenas do drama – Satanás apresentando-se como Cristo e operando com todo o engano da injustiça naqueles que se estão unindo em sociedades secretas. Os que estão cedendo à paixão por confederar-se, estão executando os planos do inimigo. A causa será seguida de efeito.” – Evangelismo, págs. 617 a 623.