A pregação é um dos mais sagrados deveres do pastor. Ser alguém chamado por Deus para proclamar Sua verdade salvadora em Cristo Jesus é um privilégio incomparável. Um privilégio que muito freqüentemente, não é reconhecido e na maioria das vezes é desperdiçado. Pregar é um trabalho divino; está vinculado à missão da igreja. É a oportunidade para que a graça e o poder divinos toquem vidas, infundindo-lhes esperança, oferecendo-lhes salvação e transformação.
Na solução encontrada para um dos primeiros impasses ocorridos na igreja cristã primitiva, ficou evidenciada a prioridade que deve ser dada à pregação, especialmente no contexto do trabalho pastoral. Juntamente com a escolha dos diáconos “para servir às mesas”, cuidando do trabalho assistencial aos doentes e necessitados, indispensável numa comunidade cristã, a definição veio clara: “E quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (At 6:4).
Nenhuma ênfase dada a qualquer outra coisa deveria deslustrar a importância da pregação. Aliás, André Blackwood opina no sentido de que ela “deveria ser considerada a mais nobre tarefa que existe na Terra. Aquele que é chamado por Deus para proclamar o evangelho deveria destacar-se como o homem mais importante na sua comunidade, e tudo quanto fizesse para Cristo e para a igreja deveria manifestar-se na sua pregação. No púlpito, ele deverá fazer muito do seu melhor trabalho para o tempo e para a eternidade. Em geral, devemos empregar nossos superlativos parcimoniosamente, mas não quando falamos da obra do pregador”.
A pregação tem como objetivo erguer a alma humana e levá-la à presença de Deus, possibilitando um encontro que salva, fortalece, renova e transforma. Evidentemente, o pregador, com seu preparo esmerado e entusiasmo contagiante exerce papel importante nesse processo. Contudo, de nada adiantarão seus esforços, caso sejam empregados à parte da exaltação de Cristo Jesus. Ele deve ser o centro de todo sermão. Nosso dever e responsabilidade, mais que nosso privilégio, é erguê-Lo diante do povo, torná-Lo grande nos corações e mentes. Sem Ele, não há salvação. Ele é o caminho único para Deus. Não existem alternativas. Como Pedro afirmou, “não há salvação em nenhum outro” (At 4:12).
“O sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em tomo da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que irradia da cruz do Calvário. Apresento-lhes o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção: o Filho de Deus erguido na cruz. Esse tem de ser o fundamento de toda pregação feita por nossos pastores” (Obreiros Evangélicos, p. 315).
Zinaldo A. Santos