Para situar a Secularização em perspectiva, devemos observar que a complexidade do fenômeno desafia definições simples. Não se trata de uma filosofia particular, mas um certo estilo de vida, uma visão da existência. Há uma certa fluidez a respeito da Secularização, que dificulta consideravelmente sua descrição. Ela não apresenta um credo ou substância; não promulga nenhum manifesto; não tem um sistema organizado de pensamento ou doutrinas; muito menos é uma organização, como uma igreja, associação ou clube. Ninguém “pertence” à Secularização em termos de filiação consciente. Ela penetra sutilmente todas as áreas da vida e conduz o pensamento e o comportamento a uma determinada percepção da realidade e valores que sejam remotos à religião.

O celebrado Oxford English Dictionary, em conexão com a palavra secular registra a expressão “clero secular”, em referência aos sacerdotes paroquiais, diferenciados dos membros das ordens monásticas. O fato de que a palavra secular seja usada para qualificar um termo religioso como “clero” sugere a sua considerável ambigüidade. Etimologicamente, secular é derivado do termo latino sae-culum, que significa temporal ou transitório.

Secularização é entendida como um pro-cesso pelo qual a tradicional sociedade religiosa colocou-se progressivamente sob a in-fluência da reacionalidade e da modernidade. Assim, a religião foi relegada do reino público para a vida privada, tornando-se marginalizada e despida de poder e influência. Geralmente é feita uma distinção, não apenas de caráter semântico, entre os termos Secularização e secularismo, sendo a primeira entendida como uma visão da vida sem nenhuma referência a Deus e à religião. Uma gradual erosão da fé no sobrenatural, ou redução da vida ao mundo dos sentidos. Uma pessoa ou sociedade, contudo, podem ser consideradas seculares, sem ser necessariamente hostis a Deus e à religião. Deus simplesmente não desempenha qualquer valor relevante na sua vida diária.

Secularismo, por outro lado, é tido como uma categoria diferente. Pode ser considerado mais como uma ideologia, conscientemente adotada, que rejeita sistematicamente todas as formas de fé religiosa e culto. Sob o secularismo as pessoas se tornam “missionárias” dessa visão da vida; portanto, a ideologia do secularismo é a antítese do cristianismo. Há nele uma dimensão de militância claramente aceita.1 Por exemplo, os poderosos tycoons da mídia, por uma questão de método, buscam suprimir quase que sistematicamente, ou obscurecer, a dimensão religiosa da vida, em seus programas.

Impacto da Secularização

A Secularização é um fenômeno, multidimensional em suas manifestações, através do qual o pensamento religioso, instituições e práticas, progressivamente perdem sua relevância na sociedade e na vida dos indivíduos. Essa tendência secular foi acelerada a partir do século passado, particularmente com os dramáticos resultados dos avanços nas áreas da educação, ciência, tecnologia e comunicação.

O processo da Secularização tem sido considerado a maior força cultural em operação desde a helenização, a qual trouxe unidade às diversas culturas do mundo greco-romano.2 As características mais evidentes do seu impacto no mundo contemporâneo podem ser consideradas nos seguintes termos:

Declínio da religião. Isso é acompanhado por um sentimento indiferente para com a religião. As atitudes se estendem da ignorância ao antagonismo sistemático. O indivíduo secularizado desconsidera todas as formas de fé ou culto religioso organizado. Vê-se como alguém que superou a religião, considerando-se um filho da era pós-cristianismo.

Dessacralização da vida. Sua marca é a extraordinária confiança nas realizações da ciência e tecnologia. E, sem dúvida, a lista dessas realizações é impressionante. São consecuções tangíveis da humanidade. O homem secularizado é fascinado por tais resultados e coloca neles sua confiança, de preferência a confiar no mundo invisível do qual a fé cristã dá testemunho.

Perda de fé. O secularizado não nega necessariamente a existência de Deus; simplesmente não sente qualquer necessidade consciente dEle. De fato, julga-se auto-suficiente. Olha para as habilidades humanas e seus recursos como capazes de satisfazer suas necessidades e oferecer respostas, de preferência a esperar em qualquer recurso ou explicação exterior, como se acreditava no passado.

Mudança radical no estilo de vida. De um modo centralizado na comunidade, para um sistema social privado e pluralístico, marcado por especialização e diferenciação, com sua ordem técnica impessoal, planeja-mento racional e institucionalismo.

Desenvolvimento do pensamento. Uma nova mentalidade marcada pelo relativismo, pragmatismo, positivismo, empirismo e existencialismo.

Conformidade massiva. Aceitação e adaptação aos valores sociais e culturais contemporâneos. Assim, enquanto os moldes básicos do pensamento secular estão preeminentes nas universidades, ele não se confina ao ambiente acadêmico. A Secularização envolve tanto o professor, os alunos na classe, como o responsável pela faxina do prédio. Todos eles governados por uma filosofia de auto-suficiência humana.

O extenso estudo da World Christian Encyclopedia informa que mais da metade da população do mundo, hoje com cerca de sete bilhões de pessoas, está dividida entre a Secularização (36.1%) e o ateísmo (17.7%); fenômenos que, se não idênticos, são de alguma forma complementares entre si. O que nos traz à mente as palavras de Cristo: “Quando porém vier o Filho do Homem, achará fé na Terra?” (Luc. 18:8). A Secularização afetou o pensamento humano e a vida em proporções amplas. E, na medida em que nosso planeta se torna uma aldeia global, esse processo toma proporções que desconhece limites, moldando diversas culturas em uma civilização universal com uma progressiva uniformidade básica.

Deve-se observar que o processo da Secularização não reduziu apenas externamente a influência do cristianismo em importantes áreas humanas em geral. Seu impacto é verificado também nos valores e práticas seculares dentro de organizações cristãs, afetando internamente a própria cidadela do cristianismo. Valores e práticas frontalmente opostos ao cristianismo bíblico foram aceitos e incorporados por vários setores da Igreja institucional: orientação para o sucesso, em oposição à Igreja como serva; sentimento de preocupação e autopreservação, em oposição ao espírito de sacrifício; atitude passiva de espectador, em lugar de envolvimento; elitismo em lugar da noção de comunidade; estilo administrativo corporativo, empresarial, ao invés da contribuição de todo o corpo; busca de afluência em oposição ao conceito bíblico de mordomia responsável; mentalidade de “gheto” em oposição à unidade em Cristo; noção de que “os fins justificam os meios”, contrariando a versão bíblica de que os meios devem ser coerentes com os fins.

Além disso, Secularização constitui um fenômeno aparentemente inevitável, irreversível e ambivalente para o cristianismo. Ele amputa drasticamente a influência da religião na vida das pessoas e mina a fé em Deus, promovendo uma atitude exclusivamente preocupada com a vida terrestre. A idéia de Deus ou da Igreja é irrelevante para a vida real. Deve-se compreender ainda que, como um fenômeno universal, a Secularização está gerando progressivamente um certo uniformismo social, em que massas humanas passam a refletir uma mesma atitude, interesses e visão comuns da vida.

Embora a Secularização possa assumir diferentes formas e faces regionais, étnicas e culturais, o cristianismo, em cada situação, foi desalojado para a periferia da consciência e perdeu sua influência. As multidões modernas vivem indiferentes à fé cristã. As nações do mundo ocidental apresentam hoje um quadro de variadas opções religiosas e filosóficas dentro de uma metalidade de self Service ou de cardápio à la carte, onde cada um é estimulado a usar suas preferências como ponto de referência exclusivo. Assim, o cristianismo tem hoje que competir em seus próprios méritos e credenciais para impor-se como uma alternativa a ser considerada.

Finalmente, ainda que inicialmente a secularização tenha representado um desafio primariamente à comunidade cristã, hoje, o cristianismo não experimenta sozinho o seu poderoso impacto. Os cristãos não são os únicos a enfrentarem dificuldades em comunicar sua mensagem e percepção da vida na cultura secularizada. Em outras palavras, a Secularização não pode mais ser igualada com “descristianização”. Virtualmente, cada religião, filosofia e ideologia, encontra na Secularização um poderoso rival, um obstáculo à comunicação. Entretanto, a cultura secular desafia particularmente o cristianismo, cujas verdades são inegociáveis.

Definindo o secular

Se a comunicação começa com uma compreensão do público, que deveriamos saber acerca dele? O que significa ser uma pessoa secularizada? Como pensa? Os traços básicos, inicialmente delineados por Langdon Gilkey3 e popularizados por A. Campolo,4 sugerem quatro características distintivas do pensamento secular.

  • 1. Contingência (quando o sobrenatural se torna explicável). Segundo a noção da contingência, tudo, quer dentro do ciclo histórico ou da experiência pessoal, acontece em termos naturais de causa e efeito, isto é, nenhum evento necessita ser explicado como intervenção sobrenatural ou divina. Contingência poderia ser entendida como uma forma de naturalismo. As pessoas secularizadas vivem dentro dos limites da realidade percebida pelos cinco sentidos, uma vez que essa limitada percepção da realidade não dá nenhum propósito ou significado inerente à vida. Portanto, se Deus não está disponível para dirigi-los, cabe aos homens assumir o seu próprio destino, o que leva à segunda característica.
  • 2. Autonomia (quando o homem se torna deus). O homem torna-se sua própria lei. Pessoas autônomas, por não sentirem qualquer necessidade de Deus, retêm para elas prerrogativas que a revelação atribui a Deus. O significado da vida, normas de conduta, ou qualquer ética para solução de problemas, não vem de qualquer lugar fora da esfera humana. Como não se espera que Deus determine o significado ou propósito da vida, o homem secular é forçado a assumir tal função. Daí, de acordo com o significado pessoal atribuído à vida, a ênfase pode ser variada: preocupação ecológica, trabalho, realização acadêmica e profissional, viagens, materialismo, música, satisfação pessoal, droga, sexo, etc.
  • 3. Relativismo (quando a moralidade se torna flutuante). Como afirma Dmitri, “se Deus não existe, então tudo é permissível”. Se nada existe no plano sobrenatural para decidir o destino humano, então a noção de ver-dade, o significado da existência e seus valores passam a depender da situação. Instala-se a ética situacional, com a noção fundamental de que o certo e o errado flutuam com as circunstâncias. Noutras palavras, não existem absolutos. O relativismo nega qualquer noção de princípios objetivos ou que estes devam reger a sociedade. Todos os valores são relativos e qualquer sistema moral é viável apenas para a pessoa ou grupo que o cria.
  • 4. Temporalidade (quando o nada se toma o fim de tudo). Tem a ver com a idéia de que tudo é limitado por tempo e espaço. A vida é puramente um fenômeno natural e quando o processo biológico se esgota, a morte é o fim de tudo. Não há nada de significado permanente. Não há recompensa ou punição, depois que a consciência terrena se fecha. No final, não existe absolutamente nada pelo que esperar. Segundo essa visão, mesmo o universo físico está se movendo para a extinção. A religião é apenas uma forma de escape dessa terrível realidade, inventada para trazer algum conforto em face da finitude humana. Além disso, se esta vida é tudo o que existe, tirar o maior proveito dela é a única conclusão lógica. A noção da temporalidade torna-se uma extraordinária fonte de insegurança e incerteza para o homem moderno, abrindo, ao mesmo tempo, uma espaçosa porta para o testemunho da mensagem cristã.

Ao se traçar o perfil de pessoas secularizadas, deve-se observar que provavelmente a característica mais óbvia é que elas não formam um grupo homogêneo. Há diferenças não apenas étnicas, culturais, etárias, sociais e econômicas, mas também de atitudes, necessidades sentidas e da própria consciência do cristianismo.

George Hunter sugere que 1/3 das pessoas secularizadas não têm nenhuma “memória cristã”; elas simplesmente não fazem a mínima idéia daquilo que os cristãos querem dizer. Um outro terço tem uma memória distante, podendo até professar um cristianismo cultural. Finalmente, o outro terço é formado de “cristãos nominais”, cuja religião não pode ser identificada com o cristianismo bíblico. Esses grupos englobam multidões cuja vida e comportamento não são influenciados pela fé cristã. Suas pressuposições, seu vocabulário, estilo de vida e decisões não refletem a agenda cristã.

Um outro aspecto importante é compreender o tipo de pessoas mais inclinadas às formas do pensamento secular. Pesquisas revelam que as mulheres formam a maioria em muitas igrejas, o que sugere que os homens tendem a ser mais afetados pela Secularização, devendo se tornar uma prioridade dos esforços cristãos. Jovens são mais inclinados à Secularização do que os idosos. Pessoas com maior facilidade de acesso à educação e com elevado nível econômico revelam a mesma tendência, em relação às me-nos cultas e mais pobres. O dinheiro, a juventude e a educação provêm maior grau de mobilidade, afirmam o nível de autonomia e abrem oportunidades para viagens, eventos culturais e lazer, expondo as pessoas ao contato com maior número de idéias.

Mas essa comparação deve ser adotada com certa flexibilidade, pois com o crescente processo de revolução feminina, as mulheres também estão se tomando secularizadas. Além disso, a Secularização não se limita às pessoas ricas ou melhor educadas. Pessoas religiosas podem ser encontradas na esfera secular e vice-versa. O propósito da comparação é identificar o tipo mais exposto às influências secularizadoras. E, ao se entender como isso afeta a vida, fica mais fácil tratar com a cultura secular.

Diferentes pessoas reagem de formas variadas ao impacto da Secularização. Uma dessas formas é a rutura histórica que des-trói a relevância do passado e a esperança do futuro, levando ao escape do presente. Um estilo hedonista de vida é adotado. Diversões, gratificações imediatistas se transformam na religião do eu, que toma o lugar de Deus na vida.

Há também o secular materialista, tipificado por aqueles para quem o summum bonum da vida é o trabalho, ao qual se dedicam completamente. O alvo da vida é entendido em termos de conforto e segurança materiais. A resposta típica, nesse caso, é a imersão no mundo como ele é visto. E se este mundo é tudo o que existe, seus problemas e atividades são suficientes para absorver a atenção. Culto, oração, meditação e outras práticas religiosas são completamente descartadas como escapes ou perda de tempo.

Em terceiro lugar, há o tipo religioso apostatado. Embora tenha recebido influências cristãs nos primeiros estágios da vida, por “razões de memórias negativas”, ou por desinteresse gradual, rejeita a religião institucionalizada. Sua preocupação maior não é tanto o materialismo, mas questões sociais e filosóficas. Ele pensa nas grandes questões da vida, mas não tem nada a que se agarrar.

Um quarto tipo é o operário, que trabalha duro de manhã à noite. Sua principal realização e alegria vem dos esportes e da televisão. Não se preocupa com questões filosóficas e não quer ser incomodado com assuntos religiosos. Embora não sofra de obsessão materialista, e possa ser considerado moralmente bom, sua preocupação primária é consigo mesmo e com a rotina do seu pequeno mundo.

Um grupo adicional é formado pelo tipo pragmático, para quem a questão básica é “O que eu vou ganhar com isto?” Como verdadeiro filho do mundo tecnológico com sua visão voltada para o pensamento funcional, ele deseja ver resultados positivos em tudo aquilo onde investe seus recursos e esforços. O pragmático não é necessariamente contrário à religião, podendo mesmo adotá-la, desde que sirva a seus propósitos.

Finalmente, há o secular filósofo. Introspectivo, ele rejeita intelectualmente o cristianismo como uma opção. Como um herdeiro intelectual de Darwin e Freud, esse tipo possui uma visão naturalista do mundo. Para ele, o mundo veio à existência por acaso, e os seres humanos são produto de sua hereditariedade e ambiente, sobre os quais têm pequeno controle.

Existem mais algumas características da cultura secularizada, que todo comunicador cristão deve saber. Ei-las:

  • 1. Desinformação. Indivíduos secularizados são, em grande medida, ignorantes do cristianismo básico. No contexto da cristandade, as pessoas conheciam muitos ensinos de Jesus, histórias da Bíblia e ensinos da Igreja. Hoje, muitas pessoas educadas são completamente desinformadas do cristianismo em seus aspectos mais rudimentares. Provavelmente nem saberíam estabelecer a diferença entre o Velho e Novo Testamentos.
  • 2. Informação negativa. Além da desinformação sobre o cristianismo, as pessoas secularizadas são mal-informadas a seu respeito. Uma vez expostas às formas diluídas ou distorções da mensagem cristã, elas são inoculadas contra o cristianismo bíblico.
  • 3. Imagem negativa da Igreja. Se as pessoas têm dúvida sobre a verdade cristã, também farão uma imagem negativa do veículo dessa verdade. A mentalidade secular não duvida apenas da importância e credibilidade da Igreja e seus defensores, mas também da inteligência deles. Como ainda exerce considerável medida de fé na ciência, na tecnologia e no senso comum racionalista, a mente secular duvida da inteligência da Igreja ou de sua capacidade de conhecer a verdade sobre questões finais. Tais pessoas conservam uma lembrança negativa sobre a atitude reacionária da Igreja durante o Iluminismo, ou do tempo quando ela mostrou es-tar errada em muitas questões.

A acusação de irrelevância da Igreja está fundamentada também na experiência. Muitos a deixaram porque nada viram nela que fizesse qualquer diferença. Talvez isso possa ser resultado de sua indiferença em questões consideradas importantes para os seculariza-dos, tais como justiça social, distribuição de renda e direitos humanos. Algumas pessoas não fazem diferença entre os sentimentos contra a Igreja e os sentimentos acerca de Deus. Se a Igreja representa a Deus, Ele deve, de alguma forma, ser como a Igreja.

Alguns secularizados extremistas consideram a crença cristã uma forma de insanidade e alienação. Essa atitude de descrença estende-se aos pregadores e cristãos em geral. Faz a fé cristã alguma diferença? Não são os pregadores apenas propagandistas pagos para promover sua “mercadoria”?

  • 4. Busca da vida. Ao contrário da “orientação para a morte”, que caracterizou o ocidente no passado, a mente secularizada é orientada para a vida. Os avanços na medicina, vencendo muitas enfermidades e aumentando a expectativa de vida, criaram uma certa ilusão quanto à vida, levando alguns a esquecer ou quase negar sua mortalidade. A religião que tradicionalmente relacionava-se com o momento da morte, deve aprender a relacionar com a vida, enfatizando que continuar vivendo sem a aceitação do amor de Deus é a verdadeira tragédia.
  • 5. Mais dúvida do que culpa. A dúvida é Vista como o principal fator no público se-cular. Na cristandade, a culpa foi o elemento relevante entre os não-cristãos. Hoje, as pessoas ainda reconhecem que a culpa ainda está por trás dos problemas sociais, mas ela é sempre do outro – o sistema, os pais, as instituições, o capitalismo, e assim por diante. Os que se sentem culpados, geralmente buscam um psicoterapeuta; dificilmente procuram um pastor.
  • 6. Alienação. A Secularização produziu uma profunda crise de alienação no homem. Tradicionalmente, ele experimentava um certo sentimento de segurança, encontrando realização no trabalho, nos relacionamentos, além de uma certa transcendência dentro de um universo coerente. Hoje, é possível descrever o homem moderno como estando alienado da natureza, dos vizinhos, dos sistemas econômico e político, e da própria vocação. Henri J. M. Nouwen o descreve em termos punjentes: “Ele dirige carros, ouve rádio e vê televisão, mas perdeu sua habilidade de entender ou fazer sentido desses instrumentos. Vê uma abundância de comodidades materiais ao seu redor … ao mesmo tempo ele está buscando direção e perguntando por significado e propósito. Em tudo isso, ele sofre de um inevitável conhecimento que seu tempo é um tempo no qual tornou possível ao homem destruir não apenas a vida mas também a possibilidade do renascimento, não apenas o homem, mas também a humanidade, não apenas períodos da existência, mas a própria história. Para o homem nuclear o futuro tornou-se opção.”5
  • 7. Baixa auto-estima. Se é verdade que a vida é nada mais que o produto do acaso; se ela é apenas um acidente cósmico, que leva à conclusão de que o ser humano não passa de uma molécula de proteína aumentada, que nada existe por desígnio ou propósito, mas por mero acaso, então não surpreende a extraordinária crise de identidade do homem moderno. Mark Finley observa que “na sociedade baseada na cultura evolucionista, a auto-estima é naturalmente muito baixa. Não surpreende que o suicídio seja a causa número um entre estudantes universitários, quando eles foram encharcados com a teoria evolucionista de Darwin. Como pode a existência ter qualquer significado, se estamos aqui por mero acaso?”6

Baixa auto-estima tornou-se algo tão epidêmico que é um dos tópicos mais discutidos em centenas de livros. Talvez a incapacidade natural do homem moderno em confiar no amor de Deus e na oferta de salvação e perdão de Cristo seja explicada, ao menos em parte, pelo insignificante senso de valor próprio básico.

  • 8. Desconfiança. Experimentando desencantos, manipulações da propaganda e explorações de todos os tipos, as pessoas se colocam na defensiva. A sociedade moderna está cheia de indivíduos assustados e desconfiados. A imagem que fazem de Deus, quando Ele de alguma forma cruza seu pensamento, reforça essa suspeita. Alguns O vêem como um “Papai Noel”, que distribui recompensas pelas boas ações; ou como um policial que vigia para apanhar infratores em flagrante; ou ainda como um político que manipula aqueles a quem busca utilizar para seus propósitos.
  • 9. Descontrole. Para muitos, as forças da personalidade estão fora de controle. O homem moderno é assaltado por toda sorte de adições autodestrutivas. Um crescente número de vidas dá testemunho de que elas estão fora de controle: álcool, drogas, trabalho, sexo, jogo, dependência de relacionamento, dinheiro, depressão, crise familiar, são algumas das forças aparentemente incontroláveis que esmagam o homem secularizado.

Agentes da Secularização

John Paulien7 relaciona três tendências na sociedade moderna, identificando-as como poderosos agentes da Secularização:

Primeiramente, a razão científica. No mundo atual, ao contrário do que aconteceu no passado, onde a religião e a fé funcionaram como referenciais básicos, a maioria das pessoas faz uma adoção inconsciente do método científico, como base para decisões pessoais, escolhas, e solução de problemas. O efeito final é que tal metodologia afeta poderosamente aquilo que se crê e faz. Além disso, demonstrando a causa racional de muitos fenômenos tidos como inexplicáveis ou fruto da ação direta de Deus, a ciência expandiu sua credibilidade, diminuindo ao mesmo tempo a credibilidade da religião. Michael Green considera o extraordinário impacto da ciência moderna como uma das maiores forças para a erosão da fé e avanço da Secularização, fornecendo ao homem moderno excusas aparentemente intelectuais e científicas para sua rejeição de Deus.

Nesse caso, prevalece a pressuposição de que verdade e realidade são valores idênticos. Porque elas cresceram no mundo científico, as pessoas secularizadas não observam diferença entre esses dois conceitos. Para elas, realidade é aquilo que é percebido no âmbito dos sentidos, e isso se torna a única verdade. Para os cristãos, há uma outra realidade que transcende os sentidos. Aqui verificamos um choque fundamental entre a visão científica do mundo e a visão cristã. Quando a ciência nega a Deus, milagres e o reino sobrenatural, ela está de fato negando a verdade com base na realidade percebida por um método extremamente limitado. E, evidentemente, quanto mais as pessoas dependem da ciência e do método científico, maior a tendência de identificarem realidade com verdade, e, mais difícil a manutenção da verdade que transcende à realidade limitada à percepção dos sentidos.

A segunda maior influência na Secularização é o pluralismo. Peter Berg e Thomas Luchmann8 identificam o pluralismo como a característica fundamental da sociedade secular. Embora não seja um fenômeno moderno, é a ideologia prevalecente que tem influenciado o pensamento cristão. Deve-se ter em mente que o pluralismo faz uma distinção entre fatos e valores. Os fatos são públicos, de certa forma “científicos”, e espera-se que todos concordem com eles. Contudo, os valores e crenças são extremamente diversos. Nessa área, “concorda-se em discordar”. Não há normas aceitas por todos. Portanto, é na área dos valores e crenças que o pluralismo reina supremo. “Você tem o seu ponto de vista, eu tenho o meu.” Nos valores e crenças não há referencial, objetivo comum, que possa ser considerado verdade ou fato. Assim, não existe consenso moral. Cada um formula seu próprio código de ética.

O pluralismo ajuda-nos a entender porque a educação freqüentemente destrói a fé. Ela expõe as pessoas a uma variedade ampla de opções, sem que se ofereça qualquer base, moral, ideológica ou metafísica para se julgar uma opção melhor do que a outra. Se por um lado esse fenômeno pode ampliar os horizontes, por outro lado ele constantemente bombardeia a mente com diferentes idéias, dificultando a certeza de qualquer coisa ou a posse de uma idéia favorita.

A terceira maior influência favorável à Secularização é a privatização. Seu significado básico é que a discussão pública sobre religião tornou-se imprópria. A religião ficou confinada aos limites da experiência privada da vida. Como tal, ela é vista como algo para ser retido como um hobby, completamente dissociada da atividade pública. Aparece nos noticiários e manchetes apenas quando se torna alvo do interesse secular. Assim, a fé religiosa não é mais um dos significativos elementos da vida pública. Política, educação, economia; não a religião, servem aos alvos e propósitos seculares. Essa privatização empurrou a fé para dentro do armário e reduziu severamente sua importância na “vida real”.

Ninguém planeja tornar-se secularizado, conscientemente. O processo acontece de forma gradual, sob a influência de forças que cercam as pessoas. Ciência, pluralismo e privatização silenciosamente provocaram uma erosão no solo religioso. As pessoas podem continuar crendo, mas de alguma forma elas não têm fortes convicções espirituais. Como agravante e em resultado dessas tendências, as estruturas da sociedade provêm cada vez menos suporte para a interpretação religiosa da vida. Convicções religiosas passaram a ser vistas como algo trivial, instável e relativo. Em última análise, parecem ser uma simples questão de preferência individual.

Além dos três agentes mencionados, poderiamos citar um quarto – a televisão. Considerada a maior “atividade”, depois do trabalho e do sono, a TV se tornou um dos grandes agentes de socialização. Da televisão, com sua massiva sobrecarga de horas de assistência e volume de estímulos, multidões decodificam sua visão do mundo e da vida, do casamento, sexualidade, valores, prioridades, do significado de sucesso, normas para solução de problemas, de ética geral e padrões de moralidade. Todas as dimensões da vida são formadas e informadas mais pela TV do que pela família, pela escola e, menos ainda, pela Igreja.

Através da televisão, o arrazoamento científico, o pluralismo e a privatização da religião bombardeiam as mentes. Ela pode, na sala de estar, sem que as pessoas se afastem de casa, prover uma poderosa exibição de todas as idéias responsáveis pela formação da cultura secular. E nenhum educador desfruta a luxúria de repetir uma idéia centenas de vezes para assegurar que o aprendiz não apenas a tenha gravado em sua mente, mas seja levado à sua prática.

Muitos se preocupam com o sexo e a violência expostos na TV, como se estes fossem as reais ameaças da telinha. Por mais negativas que sejam essas mensagens, não é o pior da televisão. O maior problema é que, de forma subliminar, a televisão glorifica a vida à parte de Deus. Na ética televisiva, to-dos os problemas são resolvidos sem qualquer apelo a Deus, à oração ou à direção divina provida pelas Escrituras.

Tempo oportuno

As análises em geral aceitam que a Igreja Cristã no mundo ocidental necessita experimentar uma mudança de paradigmas. Algo que possibilite uma clara percepção do desafio missionário no atual mundo secularizado. De fato, a situação enfrentada hoje aproxima-se daquela enfrentada pela Igreja apostólica primitiva. Para os primeiros cristãos, a comunicação do cristianismo deveria alcançar quatro objetivos básicos: 1) enfrentando uma população sem o conhecimento do evangelho, eles tinham que informar as pessoas acerca da história de Jesus e das boas-novas oferecidas por Ele; 2) sob hostilidade e perseguição, deveriam fazer amigos e influenciar pessoas para uma atitude positiva em relação ao movi-mento cristão; 3) em meio a tantas religiões arraigadas, precisavam convencer as pessoas de que a verdade cristã era pelo menos plausível; e 4) uma vez que a adesão à fé é um ato da vontade, os cristãos tinham que convidar as pessoas a se unirem à comunidade messiânica, seguindo a Jesus como Salvador e Senhor.

Eram esses os componentes básicos da persuasão cristã no antigo ambiente apostólico. E a Igreja primitiva foi intencional em seus objetivos. Os cristãos informavam as pessoas através de comunicação criativa, interpretando o evangelho em conversações e apresentações em sinagogas e ao ar livre. Influenciaram o público através da experiência pessoal de transformação, serviço abnegado, amor pelos outros, mesmo pelos inimigos quando em face da morte. Convenceram as pessoas, arrazoando com elas a partir das Escrituras e de uma apologética de senso comum. Convidavam-nas a confessarem a fé e a serem batizadas na comunidade cristã.

Posteriormente, com a cristandade, dentro do sistema de paróquias e com as populações aculturadas, o comunicador cristão limitou-se ao quarto elemento do círculo. Hoje, no avançado estado de Secularização, os cristãos não podem se dar ao luxo de iniciar no nível quatro e apelar para uma resposta imediata. Isso porque, no mundo ocidental secularizado, um extraordinário número de pessoas não tem a mais remota idéia do que os cristãos querem comunicar com sua mensagem.

Dessa forma, a Igreja deve iniciar no primeiro nível. Por séculos, os cristãos estiveram colhendo do solo já arado, semeado e regado. Mas hoje, eles devem primeiro arar, semear e regar os campos, antes de poder esperar qualquer colheita. Tradicionalmente, dizia-se que a Igreja “jogava em casa”. Hoje ela “joga” em campo neutro; freqüentemente em “campo inimigo”, e muitas vezes te-mos que nos perguntar se ela está mesmo tomando qualquer parte no “jogo”. Lamentavelmente, muitos cristãos permanecem esperando confortavelmente que os que estão fora venham “jogar” em seu campo. Como Donald Soper sugere, muito do evangelismo hoje pressupõe que a Idade Média ainda está conosco e, Conseqüentemente, “toma pouco ou nenhum conhecimento de que a Igreja está de volta aos dias apostólicos”.9

O desafio da nova era apostólica é ao mesmo tempo a maior oportunidade pela qual a Igreja poderia orar. Como Paulien observa, a Secularização “de muitas formas, tem sido uma bênção para a igreja”.10 Em seu livro Christian Belief in a Postmodem World, Diógenes Allen sugere que a missão do cristianismo aproxima-se de uma oportunidade sem precedentes, no mundo ocidental. Ele argumenta que, devido às revoluções do século passado, na ciência e na filosofia, o Iluminismo é agora uma força gasta. A modernidade está essencialmente superada, porque a maioria das idéias ilumunistas foram abandonadas pelos cientistas, filósofos e pela própria experiência histórica.

De tudo o que se pode ler a respeito, algumas mudanças são perceptíveis: os seres humanos não são bons ou razoáveis como a ideologia iluminista supunha. Há um crescente reconhecimento de que o mal é real e não pode ser erradicado por mera educação, ou reformas sociais. Boas legislações são abortivas, porque faltam boas pessoas para administrar os programas. A visão iluminista de que o conhecimento é inerentemente bom está em desintegração. A era atômica tem demonstrado que o conhecimento pode ser utilizado para servir a bons e maus propósitos. E os cristãos sabem que, embora a noção bíblica não seja claramente reconhecida, essa é precisamente a chave explanatória para se entender o coração do dilema humano.

O ensino iluminista acerca de uma “religião natural” comum à natureza humana não sobreviveu ao rigor do tempo, ou a qualquer análise séria. Não há uma base comum mantida por todas as religiões. De fato, a visão do mundo em uma contradiz a outra.

A sociedade provou sua incapacidade de se desenvolver unicamente pela razão. A busca de leis racionais para o comportamento humano foi frustrada porque tais leis simplesmente não existem. Nem há valores racionais objetivos, sobre os quais um consenso de moralidade possa estar fundamentado. Valores agora são vistos como uma questão de preferência. E os prognósticos de uma anarquia moral são bem reais. A Secularização, como estilo de vida, tem demonstrado que sem Deus as pessoas se tomam solitárias, inseguras e desorientadas.

Ciência e educação não cumpriram o que haviam prometido. Não libertaram a humanidade dos seus problemas cruciais. Crime, poluição, pobreza, racismo e guerras estão por toda parte desafiando os recursos humanos. Essa falha desferiu um golpe mortal na romântica noção do progresso inevitável do homem.

As análises do mistério do átomo não confirmaram a visão newtoniana do Universo como uma máquina. A natureza de sua essência aparece agora como algo profundamente misterioso. Conseqüentemente, muitos cientistas e filósofos atuais admitem os limites e a falibilidade da ciência, e negam o mito de sua completa objetividade. Muitos cientistas e filósofos não descartam a possibilidade de Deus, considerado agora uma reposta para as muitas questões levantadas pela própria ciência.

Tudo isso significa que os pilares da moderna civilização ocidental, erigidos durante o Iluminismo, estão agora se desmoronando. Como Allen predisse, “quando a poeira se assentar, veremos que os campos estão brancos para a colheita”.

Hoje, expressões tais como “auto-imagem”, “valor pessoal”, são muito comuns. Contudo, as gerações mais jovens não estão comprando a conversa. Os jovens são produto de muitas derrotas e mensagens negativas, para acreditar que sejam tão especiais como lhes quer provar a propaganda humanista. É necessário que haja razões sérias para se crer na exclusividade, dignidade e valor do ser humano. Historicamente, a maioria das pessoas no ocidente foi capaz de sustentar a dignidade humana como conseqüência da influência do ensino bíblico da criação à “imagem de Deus”. Os integrantes da atual geração, entretanto, têm sentimentos mistos quanto a eles próprios. Vulneráveis à contracultura das drogas, desfibrados pelo sexo livre e pornografia disponível, sentem um enorme vazio. A duras penas es-tamos comprovando a verdade de que não é o homem quem valida Deus, mas é Deus quem valida o homem e lhe atribui valor e propósito. Se Deus não existe, o homem também não existe.

Mesmo o fato de que a Igreja tenha perdido seus privilégios tradicionais e poder deve ser considerado uma bênção disfarçada. Ela perdeu no mundo ocidental a maioria de suas antigas responsabilidades, como educação, cuidado dos enfermos e idosos, controle social e influência política. Dessa forma, ela é devolvida à sua tarefa religiosa e deve, portanto, justificar sua existência unicamente em termos espirituais, dependendo dos recursos internos da fé. Neste tempo, os modernos discípulos de Cristo podem, realmente, levantar os olhos e ver que “os campos estão brancos para a colheita”.

A verdade que não deve ser perdida de vista é que a Secularização tem seu lado positivo por representar uma extraordinária oportunidade para a Igreja. Em primeiro lugar, porque destrói a superstição, desnudando a ordem natural de suas supostas características divinas, colocando a criação em um nível diferente do Criador, como o faz a Bíblia. Por outro lado, destronando falsos deuses, a Secularização torna mais difícil aos seres humanos fugirem de suas necessidades religiosas.

Estudiosos modernos da religião estão descobrindo que o atual processo de Secularização é quase uma exata contrapartida da helenização que preparou o mundo para o primeiro advento de Jesus. Naquele tempo, a cultura grega foi espalhada pelo Mediterrâneo, criando um mundo no qual havia basicamente uma única língua e uma cultura. Se a Secularização é a contrapartida moderna da helenização, pode ser também que seja um dos instrumentos pelos quais Deus está preparando o mundo moderno para o segundo advento de Cristo.

Segundo Mateus 24:14, devemos esperar que o evangelho seja pregado a todas as nações. Certamente seria uma grande ajuda a esse processo, se todas as nações fossem influenciadas por uma cultura básica. E isso é precisamente o que está acontecendo. A cultura secularizada está, ainda que em diferentes matizes, unificando o mundo dentro de uma mesma visão. A Secularização que levou séculos para se desenvolver no chamado primeiro mundo, está rapidamente sendo disseminada em outras partes. Poderia ser isso parte do plano divino de preparar a seara do mundo para o último esforço unificado dos cristãos? Se esse é o caso, o desafio é claro: se eles aprenderem como alcançar as pessoas secularizadas, serão capazes de alcançar quase todos.

Os apóstolos modernos devem ter em mente que a tarefa de alcançar pessoas secularizadas para Cristo, hoje, não é mais difícil do que foi para os cristãos primitivos.

Referências

  • 1. Martin Marty observa que a divisão entre a Igreja e a cultura ocidental assume pelo menos três formas: a primeira, característica do continente europeu, é vista como “secularidade absoluta”, tipificada por Voltaire e Marx. Essa forma do secular envolve uma oposição aberta e um ataque formal a Deus e à Igreja, apresentando um esforço sistemático na tentativa de substituí-los. A segunda forma, característica na Inglaterra, é entendida como “mera secularidade”. Nesse caso, Deus e as igrejas não são atacados formalmente; são ignorados por pessoas preocupadas com o mundo e suas rotinas diárias. Uma certa aparência religiosa ainda é mantida, tal como a coroação de um rei, bispo na casa dos lords, e a religião ensinada nas escolas, mas sem nenhum significado, poder ou compromisso. Na maioria das vezes, o cristianismo é igualado à bondade moral. Finalmente, a terceira expressão, presente nos Estados Unidos, é considerada como “secularidade controlada”. A religião dominante nos EUA é um tipo de folclore que deifica os valores americanos tradicionais, mas com significados alterados. No século 19, símbolos cristãos foram utilizados para apoiar o imperialismo americano. No século 20, o cristianismo é grandemente igualado com a religiosidade do Reader’s Digest. Algumas igrejas com grande assistência reforçam essa comparação herética, ao invés de liberarem as pessoas de sua cultura idólatra, conduzindo-as à fé bíblica. (The Modern Schism: Three Paths to the Secular; Londres, 1969).
  • 2. Gottfried Oosterwal, The Process of Secularization, in Meeting the Secular Mind, Berrien Springs, pág. 46.
  • 3. Langdon Gilkey, Naming the Whrirlwind, Nova Iorque, 1969, págs. 39 a 71.
  • 4. Anthony Campolo, A Rasonable Faith, Responding to Secularism, Waco, Texas, 1983, págs. 51 a 151.
  • 5. Henri J. M. Nouwen, The Wounded Healer, Nova Iorque, 1990, pág. 7.
  • 6. Mark Finley, “Target and Tactics”, in Metting the Secular Mind, Humberto Rasi e Fritz Guy, Berrien Springs, 1985, pág. 100.
  • 7. John Paulien, Present Truth in the Real World, Pacific Press, 1993; pág. 51.
  • 8. Peter Berg e Thomar Luchmann, The Social Construction of Reality, in Michael Pearson, Casting the Net on the Right Side, Newbold College, 1993, pág. 91.
  • 9. Donald Soper, The Advocacy of the Gospel, Nova Iorque, 1966, pág. 18.
  • 10. Citado em Donald Bloesch, The Christian Witness in a Secular Age, Minneapolis, 1986, pág. 45.