Trinta e nove membros da seita Porta do Céu entregaram voluntária e prazerosamente a vida, com a idéia de viajar para a eternidade em uma nave espacial escondida na cauda do cometa Hale-Bopp.
Quão sinistro foi poder ver as fitas de vídeo em que aquelas pessoas apareciam alegremente abraçando a morte. Suas malas estavam elegantemente arrumadas, e elas estavam vestidas com uniformes ostentando marcas da Porta do Céu. Tinham sapatos novos, enquanto bebiam um coquetel venenoso, preparando-se bravamente para ir onde, elas imaginavam, ninguém tinha ido antes.
Ao contrário de suas expectativas, no entanto, aquelas pessoas não subiram para o Céu. Em vez disso, desceram ao sepulcro, onde permanecerão com incontáveis mortos até o dia do final ajuste de contas. Enquanto isso, os que ainda vivem devem continuar encarando a realidade da sepultura, cujo único propósito parece ser roubar nossos entes queridos.
Desde a minha mais tenra infância, quando vi minha querida avó ser colocada em uma enorme sepultura, passei a associá-la com tristeza e depressão. Depois de tudo, nada significativo tem sido tirado de uma sepultura. Grandes descobertas científicas são feitas em todos os tipos de lugares, sob todas as circunstâncias, mas nunca numa sepultura. As grandes batalhas da História têm sido travadas na terra e no mar, no ar e no espaço, mas nunca numa sepultura. Arrebatadores discursos, pronunciamentos de poetas e governantes, de notáveis oradores ou pessoas comuns jamais foram feitos numa sepultura, que parece ser o mais repugnante lugar da Terra. Mas graças sejam dadas a Deus que, através de Jesus Cristo, deu-me uma nova atitude e uma nova compreensão de modo que eu possa hoje trazer boas-novas vindas de uma sepultura.
E essas boas-novas são encontradas em Mateus 28:1-7, uma narrativa que começa depois da crucifixão e do sepultamento de Jesus: “No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do Céu, chegou-se. removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais: porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como havia dito. Vinde ver onde Ele jazia. Ide, pois, depressa, e dizei aos Seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos, e vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis. É como vos digo!”
Finalmente passara aquele sábado histórico. de tristeza e pesar. Nascia o primeiro dia da semana. Maria Madalena e a outra Maria, juntamente com outras mulheres mencionadas por outros escritores evangélicos, ansiosamente voltaram para ver o sepulcro onde Jesus fora colocado. Elas queriam completar o trabalho de ungir o Seu corpo, interrompido durante o sábado.
O verso dois informa que houve um incrível terremoto. Na sexta-feira anterior, a Terra tremera como que lamentando a morte de Cristo, mas naquela manhã voltou a ser sacudida, pela alegria de Sua ressurreição, através de outro terremoto. O mundo foi abalado por esse incrível milagre do retorno de Cristo à vida, depois que Ele voluntariamente a depôs em pagamento por nosso pecado. Então veio o anjo e rolou a grande pedra que vedava a entrada da tumba. Os guardas romanos que a vigiavam testemunharam o trabalho do anjo e foram tomados de pavor, caindo como se estivessem mortos.
Quando as mulheres chegaram ao túmulo, estavam ainda assustadas e cheias de perplexidade, até que o anjo lhes deu a primeira parte das boas-novas daquela sepultura vazia: Não tenham medo, pois eu sei que vocês estão procurando Jesus que foi crucificado. Vocês vieram ver o corpo morto de um homem especial, mas quero dizer-lhes que estão prestes a testemunhar o milagre de seu Senhor vivo.
“Não temais”, disse o anjo. Na linguagem grega essa expressão é uma proibição subjuntiva, geralmente empregada de duas formas. A primeira é uma amigável persuasão destinada a livrar alguém de enveredar num curso de ação não experimentado antes. A segunda é um imperativo; um mandamento urgente para deter uma ação já iniciada.
Este é o quadro: as mulheres estavam tremendo de medo quando o anjo lhes disse: vocês já começaram a temer, mas parem por aqui. Não fiquem trêmulas, nem temerosas. Os soldados são as únicas pessoas aqui que devem temer, pois eles são inimigos do nosso Senhor; mas vocês são Suas amigas. Não temam. Hoje, damos a mesma mensagem de boas-novas, embora ela venha da boca de uma sepultura vazia: “Não temais.”
Como não temer? A sociedade inteira repousa no temor. Oswald Chambers disse certa vez que a primeira civilização foi fundada por Caim, um assassino, e toda a base da vida civilizada é um vasto, complicado e superdourado sistema de assassinato e temor. Observe como nós vivemos. Somos prisioneiros em nossas próprias casas. Empresas de segurança e fábricas de alarme prosperam por causa do nosso temor. Estamos temerosos dentro do nosso lar, em nosso trabalho, dirigindo nosso automóvel. Sempre estamos temerosos de alguém ou de alguma coisa. Alguns temem fracassar, e por isso nada tentam na vida; outros estão temendo e agonizando em meio a seus males físicos e emocionais.
Diante disso, esta tem de ser a maior notícia: que um anjo enviado por Deus nos ordenou ficar livres do temor, embora tenhamos começado a senti-lo. O temor já faz parte da vida e da linguagem humana. Tanto é assim que quando alguém nos convida a acompanhá-lo para escolher algum produto que estamos procurando, dentro de uma loja, até hesitamos.
O temor é inimigo da fé. Nosso Deus está vivo e olha para nós. Ele está ao nosso lado; “quem será contra nós?” Nem altura nem profundidade, nem o passado, presente ou futuro, nem principados ou poderes, nem demônios, nem pessoas, nem oposição, nem doença ou morte, nem a sepultura. Um dia qualquer, nosso Deus virá triunfantemente nas nuvens e clamará: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (I Cor. 15:55).
A segunda parte das boas-novas é o coração do testemunho do anjo para as mulheres. É justamente o que Paulo instou para que Timóteo jamais esquecesse: e todo o Novo Testamento clama à presente geração para que igualmente não se esqueça, isto é, que Jesus Cristo não está no sepulcro. “Ele não está aqui”, disse o anjo. Ele ressuscitou. A morte não poderia subjugá-Lo para sempre.
A morte, o salário do pecado, começou com o ato de uma mulher no Jardim do Éden. E a uma mulher foi dado o primeiro anúncio da ressurreição e a segurança de que Jesus Cristo tinha vencido, pagando toda a dívida do pecado, cumprindo a pena pela humanidade inteira.
Ele ressuscitou, assentou-Se à direita do Pai nos lugares celestiais, e porque Ele vive, a verdade também vive. Porque Jesus vive, a esperança permanece. Porque Jesus vive, o amor triunfou e a virtude está justificada. A justiça é imputada e a santificação é compartilhada a todos quantos vêem a Jesus, indignos como são. Porque Jesus vive, a salvação chegou, a graça é suficiente, a misericórdia é ilimitada e a santidade é real. Porque Jesus vive, o oprimido será libertado, a justiça será feita, o juízo será definitivo. Porque Jesus vive, não nos entristecemos como os que não têm esperança. Porque Jesus vive, nós viveremos. Sim, de uma sepultura vazia vem uma mensagem que alegra o coração.
Outra parte das boas-novas que nos chegam a partir da sepultura vazia contém instruções importantes para nós hoje: “Ide, pois, depressa e dizei aos Seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos…” (Mat. 28:7). Lembre-se de que os discípulos tinham abandonado Cristo. Eles não permaneceram com o Mestre até à cruz. Não ajudaram no Seu sepultamento, de modo que não foram honrados com a visão dos anjos, nem com o primeiro sinal de Sua ressurreição. Esse privilégio foi reservado às fiéis mulheres, que assim receberam a missão de divulgar a mensagem – uma antecipação do ministério que elas e todos nós devemos desempenhar na Igreja de Cristo até que Ele volte.
Aquela era uma graciosa mensagem, cheia de doçura para aqueles que abandonaram seu Senhor na hora do perigo. Era uma mensagem cheia de perdão e amor para a consciência ferida dos discípulos. E é nossa mensagem para hoje. Temos a responsabilidade de anunciar ao povo que Jesus Cristo ressuscitou. O mundo não sabe, experimentalmente, que Jesus Cristo morreu para que todos quantos se sintam perdidos e mortos em pecado possam ser ressurretos nEle e se tornem novas criaturas. Essa é a maior boa-nova da sepultura.
Na época em que eu liderava uma igreja em Boston, o sobrinho adolescente de um dos nossos membros foi atingido pela arma de um marginal, numa sexta-feira à tarde, na cidade de Nova York. A bala alojou-se na parte posterior da cabeça do garoto, deixando-o inconsciente. Os exames confirmaram que não havia esperança de recuperação. Sábado pela manhã, nosso irmão Gilberto, o tio, foi chamado às pressas pela família, a fim de dar o último adeus ao sobrinho. Enquanto isso, nós tínhamos nossa reunião matinal regular de oração, e ele esteve rapidamente no local onde nos encontrávamos, em busca do apoio de nossas orações. O Pastor Ken Baumgarten, meu associado, reuniu-se comigo e mais umas seis pessoas, num círculo intensivo de oração. Alguém implorou a Deus para ir à frente do irmão Gilberto e operar um milagre.
Algumas horas depois, ao lado da cama do seu sobrinho, tomando suas mãos frias, o irmão Gilberto começou a chorar e orar. Ele disse: “Senhor, és nosso Salvador ressurreto. Podes fazer alguma coisa especial por nós e por esse menino.” Enquanto ele sussurrava seu urgente pedido, o garoto começou a tossir tão forte que expeliu sangue pela boca. Uma enfermeira foi chamada imediatamente para limpar o sangue que poderia bloquear a respiração do moço. À medida que limpava a boca do rapaz, percebeu que a bala saíra junto com o sangue.
Os médicos ficaram abismados. Eles enfatizaram posteriormente que não havia maneira de a bala ter saído de onde se encontrava, para a boca, sem destruir tecidos vitais para a sobrevivência do jovem. Deus tinha efetivamente chegado antes do irmão Gilberto e realizado esse inacreditável milagre em seu sobrinho, que, dentro de uma semana estava recebendo alta do hospital. E continua bem até hoje.
Nosso Deus estará à nossa frente em tempos de perturbação. O Senhor está indo adiante de nós, na doença e na saúde, na alegria e na tristeza. Ele irá adiante em nosso casamento, para aparar as arestas, eliminar asperezas, restaurar a paz e a compreensão, quando nenhuma outra ajuda for capaz de fazê-lo. Ele irá adiante de nós, com nossos filhos, nivelando as montanhas da rebeldia e do choque de gerações. Ele irá adiante de nós, no trabalho, e endireitará os caminhos tortuosos. Ele irá adiante de nós, sempre, para elevar os vales do desapontamento e iluminar a sombra da morte.
Assim, neste mundo de temor, de angústia e de morte, a maior descoberta para a humanidade não foi quando aprendemos a utilizar a força da eletricidade ou quando dividimos o átomo; nem mesmo quando criamos o chip de computador. A maior descoberta foi quando algumas mulheres foram ungir o corpo morto de um homem e encontraram vazia a Sua sepultura. Aleluia! Nosso Senhor está vivo.