Como adventistas do sétimo dia, seguidores de Jesus Cristo, constantemente temos sido lembrados da necessidade de reavivamento e reforma em nossas congregações e em nossa própria vida. Entretanto, o apelo para essa reforma pessoal e corporativa, que nos vem da parte da liderança mundial da igreja, nos desafia a fazer uma pergunta fundamental: Que tipo de reavivamento e reforma necessitamos?
Possivelmente, alguns desejem que voltemos a certas práticas antigas; coisas que costumávamos usar como, por exemplo, roupas fora de moda ou antigos sistemas e estilos de culto. Outros talvez sugiram que devemos descartar aleatoriamente toda e qualquer coisa do passado. Na verdade, alguns de nós temos experimentado muitas formas distorcidas de reforma, ao longo da vida. Assim, quando ouvimos mais um chamado à busca de reavivamento e reforma, precisamos nos perguntar qual é o tipo de reforma que precisamos e devemos experimentar.
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Davi)
A verdadeira reforma sempre encontra seu centro em Deus e Sua Palavra, que é poderosa e transformadora de vidas. Nossas tradições longamente mantidas e opiniões acariciadas devem ser postas à prova pela Palavra de Deus. Ensinamentos fundamentados em tradições ou práticas que não mais funcionam necessitam ser descartados, independentemente de quão antigos e acariciados eles sejam. Reforma não se refere tanto ao que é velho ou novo, mas à entrega de nossa vida à transformadora influência de nosso Criador e Redentor.
O salmista Davi ansiava experimentar uma reforma em sua vida, quando escreveu as palavras do Salmo 51:10-12:
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro em mim um espírito inabalável. Não me repulses da Tua presença, nem me retires o Teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da Tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.”
A reforma de que todos nós necessitamos é uma contínua harmonização de nosso coração e vida à vontade de
Deus. Muito facilmente, vemos a necessidade de reforma para os outros, mas primeiramente devemos ouvir o chamado como sendo feito a nós mesmos, um chamado para permitirmos que Deus nos modele, transforme, de modo que possamos refletir mais plenamente a beleza do Seu caráter para todos os Seus filhos.
Depois de ter lido Jeremias 18, a compositora Adelaide Pollard permitiu que o Senhor reformasse sua vida e expressou a nova experiência com Deus em palavras que têm abençoado incontáveis seguidores de Jesus, desde o dia em que esta oração foi escrita em 1902:
“Fica à vontade, Senhor! Fica à vontade! Tu és o Oleiro; eu sou o barro! Molda-me e faze de mim o que Tu queres, segundo a Tua vontade, enquanto permaneço esperando, submissa, calma e tranquila.”
De que maneira o Oleiro deseja nos reformar? Com o que ficaremos parecidos, depois que a reforma acontecer? No contexto de reavivamento e reforma, as mudanças talvez tenham pouco que ver primeiramente com nosso exterior – tipo de roupa, cor de cabelo, estilo de culto – e muito mais que ver com a entrega de nosso coração e vida para que sejam modelados e transformados por Deus. A oração de Pollard ainda é oportuna, nestes dias em que buscamos experimentar uma reforma pessoal e coletiva na igreja. Desafio você a não apenas ler o testemunho que ela deixou, mas a vivê-lo: “Fica à vontade, Senhor! Fica à vontade, Senhor! Conduze meu ser sob Teu absoluto controle! Enche-o com Teu Espírito, até que todos possam ver unicamente Cristo, sempre, vivendo em mim!”
Quem necessita desse tipo de reforma? Certamente, todos nós necessitamos. Somente quando permitirmos que o Oleiro inicie ou continue Sua obra de transformação e reforma em nós, poderemos falar com credibilidade àqueles aos quais lideramos. Verdadeira reforma resulta em um testemunho centralizado em Cristo, por meio do qual todos aqueles que nos cercam podem vê-Lo, unicamente e sempre, vivendo em nós.