Em seus primórdios, os jogos olímpicos apresentam uma cerimônia na qual vá-rios atletas corredores levam, em revesamento. a tocha olímpica acesa desde certa cidade grega até o local da realização das competições. Ainda hoje, noticiários de jornais e televisão nos mostram atletas passando um para o outro a tocha olímpica, após conduzi-la por algum trecho. Cada um fazendo sua parte com interesse, alegria e eficácia, a fim de que a tocha chegue ao seu destino no tempo certo, ou seja, o momento da abertura dos jogos. O momento da chegada da tocha é documentado pela imprensa e aplaudido pelas multidões, valendo salientar que o foco centraliza-se na tocha; não em quem a conduz.
Em nossa vida de esposa de pastor, ou mesmo como líder da Afam ou do Ministério da Mulher, vemo-nos com muita freqüência em semelhante situação. Todas esta-mos de certa forma empunhando a tocha de “primeira dama” do distrito, conselheira, ou líder de algum setor específico da Causa de Deus, e há ocasiões em que temos de passá-la para uma outra companheira.
Existem tochas mais apreciadas que outras, pois as vemos mais luminosas, mais enfeitadas, ou até mais leves. Há outras das quais não gostamos muito, em razão de que nos parecem mais pesadas, mais obscuras, ou mais desprovidas. No entanto, todas são tochas. Todas iluminam. Cada uma na sua intensidade e local próprios.
No decorrer da vida, chega o momento de passar essa tocha para a sucessora. Caso seja uma tocha considerada interessante, da qual gostamos muito, é comum ficarmos com saudades, e lamentamos ter de deixá-la. No caso de tratar-se de uma tocha considerada pesada e difícil, o sentimento é de alívio ao passá-la adiante.
Nessa troca de tochas, observamos que nossa experiência cristã se enriquece e vamos crescendo na vivência e no aprendizado de como lidar em variadas e diferentes situações. Portanto, não é sábio alguém envaidecer-se ao levar uma bela tocha, nem lamuriar-se ao carregar uma tocha difícil. É inteligente pedir do Senhor sabedoria e humildade para conduzi-la com disposição, e para reconhecer as lições de vida que Ele quer ensinar-nos em cada situação.
“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso.” (I Cor. 12:4-7).
Certamente o Senhor tem um propósito especial com esse intercâmbio. E não nos esqueçamos: os planos de Deus sempre são os melhores. Quando chegar o momento de passarmos a tocha que atualmente empunhamos, façamos isso com alegria e boa vontade, por maiores que sejam os sentimentos de saudade em nosso coração. Junto com a tocha, transmitamos à sucessora palavras de ânimo e encorajamento, ou alguma orientação necessária. Não nos deixemos dominar por sentimentos de tristeza ou perda.
Nossa corrida com a tocha da missão da Igreja é permanente. Apenas trocamos por uma outra, e nisso diferimos do atleta, que encerra seu papel ao terminar o trecho percorrido. Temos sempre a mesma tocha a nos esperar, em lugares e situações diferentes.
Busquemos no Senhor Jesus o poder e a sabedoria necessários para levarmos, dispostas e animadas, todas as tochas que Ele achar por bem colocar em nossas mãos.