Constantemente gosto de olhar para a cruz do Calvário. Ela significa redenção e perdão, mas ao mesmo tempo ela nos fala de restauração e vitória.
Naquela tarde sombria, lá na cruz tudo parecia perdido. Todo o ministério de Jesus Cristo parecia tempo desperdiçado. Onde estavam os frutos do Seu trabalho? Seus discípulos O tinham abandonado. Tudo aquilo com que sonhou e pelo que lutou parecia convertido em cinzas. A morte parecia ter colocado um ponto final ao ministério de Cristo.
“Com a morte de Cristo, pereceram as esperanças dos discípulos. Olhavam-Lhe as cerradas pálpebras e a cabeça pendida, o cabelo empastado de sangue, as mãos e os pés trespassados, e indescritível era a angústia que sentiam. Até ao fim não acreditavam que Ele morresse; mal podiam crer que estivesse realmente morto. Esmagados pela dor, não recordavam Suas palavras, a predizer essa mesma cena. Coisa alguma de quanto dissera lhes dava então conforto. Viam unicamente a cruz e a ensangüentada vítima. O futuro afigurava-se negro e desesperador. Sua fé em Jesus morrera…” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 772.
Aconteceu isso alguma vez com você? Se é assim, eu o desafio: Olhe para a cruz vazia. Olhe bem; ela está vazia. Não tem ninguém. Sabe você qual a razão? Sabe o que significa isso?
A derrota é um fato real em nossa vida. Ela não é fruto da imaginação dos pessimistas. Existe e pode acontecer a qualquer um. Mais cedo ou mais tarde, você também poderá sorver o cálice amargo da derrota. Hoje e amanhã, pode parecer que o mal triunfa sobre seus sonhos e esperanças. Em algum momento de seu ministério, você pode angustiar-se, vendo como o trabalho ao qual dedicou toda a sua vida parece fazer-se em pedaços.
Sim, a derrota é um fato trágico, mas real. Ela pode ser dolorosa e amarga. Em certas ocasiões, pode até ser irônica e cruel. Mas por quanto tempo? Talvez hoje e amanhã, mas há sempre um terceiro dia em que a tristeza se transforma em alegria e júbilo. Jesus Cristo emergiu dos mortos no terceiro dia, e, junto com Ele, todo o trabalho do Seu ministério. Por isso, hoje, diz para você: “Não se desespere quando tudo parece cair; quando você fala e fala, tendo a impressão de que ninguém entende nada; quando você trabalha, trabalha e, de repente, olha para trás e parece que não construiu nada.”
Ao longo do meu ministério também tive meus momentos de solidão e lágrimas. Qualquer jovem pastor que olhe para mim pode pensar que tudo foi um mar de rosas em minha vida. Mas isso não é verdade. O pastor pre-cisa sorrir quando todos estão chorando, embora tenha também o coração carregado de tristeza. O líder espiritual precisa continuar avançando, inspirando e encorajando, embora muitas vezes tenha também os pés sangrando por causa dos espinhos dos problemas e dificuldades.
Todo mundo pode esmorecer, mas o pastor precisa estar seguro na Rocha que é Cristo. Se o capitão abandonar a embarcação, o que será da tripulação? Em tais ocasiões tenho aprendido a olhar para a cruz. Ela, vazia, me diz que a derrota, a frustração e a tristeza podem vir. Mas quanto tempo durarão? Hoje e amanhã, quem sabe. Mas ao terceiro dia, com certeza os sonhos acariciados ressuscitarão. Aparecerá o fruto dos seus esforços e você sentirá que não trabalhou em vão.
“Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás triunfou. Ousou esperar que o Salvador não retomaria novamente a vida. Reclamava o corpo do Senhor, e pôs sua guarda em tomo do túmulo, procurando manter Cristo prisioneiro. Ficou furioso quando seus anjos fugiram diante do celeste mensageiro. Ao ver Cristo sair em triunfo compreendeu que seu reino chegaria a termo, e que ele devia morrer afinal…
“Durante Seu ministério, Jesus ressuscitara mortos. Fizera reviver o filho da viúva de Naim, a filha do principal, e Lázaro. Estes não foram revestidos de imortalidade.
Ressurgidos, estavam sujeitos à morte. Aqueles, porém, que ressurgiram por ocasião da ressurreição de Cristo, saíram para a vida eterna. Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro…” – Idem, págs. 782 e 786.
À derrota aparente, segue-se a vitória. Essa é uma das mensagens da cruz vazia.